Irresponsabilidade e videojogos soam sempre bem, afinal de contas temos que culpar os videojogos pela irresponsabilidade de quem os joga. Por isso mesmo convido-vos a jogar Carmageddon: Max Damage, o jogo onde ser irresponsável, ser uma maníaco por atropelar pessoas e deixar as corridas para último é quase o objectivo. Só há um pequeno problema, com tamanha diversão, este é o pior jogo que já joguei este ano e isso inclui o DogChild! Pelo menos está no mesmo patamar.
Vamos começar pela jogabilidade. Imaginem que acabaram de besuntar o volante com óleo, colocaram óleo nas rodas, estão a conduzir sobre óleo congelado, só para garantir que escorrega de qualquer forma, e as vossas mãos estão a suar. Se ainda não perceberam, este jogo é completamente incontrolável, é impossível controlar estes veículos. Como se não bastasse termos carros incontroláveis, a IA está programada para nos atazanar o juízo, somos o alvo predilecto da mesma, quer seja outros carros a competir pelo mesmo que nós, quer seja a polícia. Mas calma, podem reparar os danos feitos ao vosso carro com o premir de um botão e até voltar a reposicionar o carro na pista, mas essa acção custa pontos; pontos ganhos a atropelar pessoas incautas que caminhavam pelo passeio.
Em seguida temos os Power Up, ou armas que podemos apanhar. Funcionam, é o mais próximo que vão conseguir de um elogio da minha parte, por isso aproveitem-no. Esperem, nem todos os Power Up funcionam a nosso favor, alguns dão-nos um boost, o que é extremamente útil quando não conseguimos controlar o carro, e outros até nos fazem saltar, maioritariamente para a nossa morte. Já agora se demoraram cerca de 1 minuto a ler o texto até aqui, esse é o tempo que leva a fazer um loading neste jogo, se tiverem sorte, cheguei a ficar mais tempo à espera.
E agora devem estar a pensar, este jogo deve ter uns gráficos extremamente realistas e ambientes vastos para um loading tão grande. Errado! Não só são áreas relativamente pequenas, como vi gráficos mais bonitos na PS2. Então porque é que demora tanto tempo a carregar? Eu diria que é porque os bugs também têm que ser carregados, mas a má optimização parece-me ser um candidato mais adequado. Falando em bugs, é extremamente complicado de decifrar o que é um bug ou simplesmente uma mecânica de jogo mal executada, desde pneus que parecem ficar presos no chão até a alguns pontos de impacto minimamente estranhos, já agora o “infinito e mais além” de alguns níveis é bastante interessante, um infinito de uma cor onde a paz e a tranquilidade nos distraem do terror da jogabilidade de Carmageddon: MaxDamage.
Existem imensos carros para desbloquear, se bem que eu pergunto-me o porquê de alguém o querer fazer. Existem vários modos de jogo e eu pergunto-me porque é que alguém irá querer jogar cada um mais do que uma vez. O jogo oferece 16 pistas e eu pergunto-me se não teria sido mais vantajoso terem reduzido o número de pistas e terem dedicado mais tempo à jogabilidade. Todo o jogo é uma experiência terrível e um aspirador de diversão, sempre que liguei a consola para jogar isto passava de uma pessoa feliz a uma pessoa que quase atirou a mobília pela janela fora, só não o fiz porque um dos modos de jogo nos obriga a dar uma grande quantidade de voltas a uma pista e lá para a 3ª volta já parece que estou a jogar há 2 horas quando na verdade ainda nem passaram 5 minutos. Um ponto positivo extra, se quiserem ter a experiência de viver eternamente, joguem Carmageddon: Max Damage e garanto-vos que uma tarde irá transformar-se em pelo menos 1 ano e não, não é pela positiva.
E agora perguntam-me se este não é o divertido jogo que ficou conhecido por duplicar os pontos ganhos por atropelar mulheres grávidas? É sim senhor, só que sem nada daquilo que fazia do mesmo um jogo divertido. O conceito de atropelar pessoas para ganhar pontos não é de todo interessante. Isto é um daqueles produtos que teima em não morrer, qualquer um que olhe para este estilo de jogo percebe de imediato que este jogo quer ser “fixe” à força.
Existe o modo Classic Carma onde podem escolher como completar o evento, podendo rebentar os outros competidores, matar os pedestres ou completar os checkpoints. Checkpoint Stampede que é uma corrida de checkpoints em que o primeiro a chegar a um destes pontos ganha 1 ponto, mas se os inimigos vos apanharem e destruírem, podem roubar os vossos pontos. Death Race, simplesmente um corrida. Depois existem mais 3 modos para desbloquear, Ped Chase, Car Crusher e Fox ‘N’ Hounds, penso que esteja implícito no que cada um consiste.
No modo carreira têm que completar certos eventos em cada mapa, no modo Freeplay podem escolher o que bem vos apetecer, o modo Online é uma experiência envolta em mistério para mim, porque não existe ninguém online com quem jogar, vai se lá saber porquê… mas consiste num modo freeplay online. No que diz respeito ao departamento sonoro, diria que até está bom, quem diria que afinal existe algo minimamente razoável neste jogo. Boa música, os sons também estão razoáveis e tendo em conta o jogo, destacam-se bastante pela positiva.
Em suma, este jogo não tem nada que valha a pena excepto a música que no meio disto tudo sobressai como algo positivo, mesmo não sendo nada de especial, no geral é um autêntico desastre. Desde a jogabilidade terrível ao aspecto datado, Carmageddon: Max Damage é um jogo que merece um lugar ao lado de E.T. num buraco bem fundo num deserto longíquo.
Positivo
- Uma vez fora da consola não necessita de entrar novamente
Negativo
- Visual extremamente datado
- Jogabilidade é um pesadelo
- Vários modos, todos eles maus
- Bugs ocasionais
- Loadings gigantes
- Não é divertido
- Tantos carros que não consigo controlar decentemente
- Pistas desinspiradas e com más escolhas
- Torna-se enfadonho em 30 segundos
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