Call of Duty está de regresso e desta vez com uma jornada espacial (ou quase), que o afasta tanto da guerra moderna, como dos clássicos da segunda guerra mundial. É um salto pleno para o futuro da guerra como nós a imaginamos, que embora seja bom, deixa um pouco a desejar.
Uma coisa é certa, este ano ninguém pode dizer que Call of Duty tem um tema igual, sim, pode ser muito parecido no que toca a tudo o resto, mas o facto de ser altamente futurista cria várias oportunidades de liberdade no que toca a armas, movimentação e interação com o meio que vos rodeia.
A campanha tem o conteúdo épico a que já estamos habituados, com momentos cheios de acção e explosões. Embora exista um grande esforço para fazer dele uma narrativa cheia de moral e reviravoltas, esta é bastante previsível e joga pelo seguro mais vezes do que devia. As personagens não são icónicas e até a presença do actor que interpreta “Jon Snow” em Game of Thrones, não é nada que tenha demasiado impacto.
Além dos momentos típicos de combate em terra com recurso a armas e engenhocas, o salto para o espaço é deveras interessante, com batalhas espaciais a sério. Estas foram muito bem conseguidas e decorrem em cenários de guerra espacial bastante convincentes. A passagem entre planeta e espaço é um bom exemplo de imersão, que tenta disfarçar de certa forma o facto da maioria dos níveis continuarem a ser altamente lineares.
Pondo então a campanha de lado, passamos para o modo zombies, que é bastante parecido ao que já vimos antes nestes modos feitos para Call of Duty. Existem Zombies, existem vagas deles e temos de nos ir preparando para os enfrentar. Este é um modo cooperativo como sempre (embora possam jogar sozinhos), o qual tem a sua própria narrativa e estilo de jogabilidade.
É fácil ver que o modo Zombies está mais próximo da jogabilidade mais humana do passado, não havendo saltos gigantescos e artefactos altamente futuristas. Existem power-ups e melhoramentos, mas também é aquilo ao qual já tínhamos sido habituados neste modo.
O que mais gostei no modo Zombies, foi do seu estilo e tema mais jocosos sobre os anos 80 e os parques de diversões. Como a ideia não é fazer muito sentido, é bom ver que este foi pensado mais em algo ao estilo de uma paródia do que alto totalmente negro e bem mais sério.
Agora vamos passar para o elemento tipicamente mais forte de Call of Duty, o seu modo online competitivo. Como sempre, não vou descrever de forma pormenorizada o que encontram aqui, mas sim, focar mais na experiência que tive a jogar e o que existe por aqui.
Quando entram no online são brindados com um pequeno tutorial onde conhecem as armaduras de combate que podem usar, existem várias, cada um dedicada à sua especialidade, como movimentação ofensiva, defensiva, furtiva, etc. Como cada uma delas é feita a pensar num estilo diferente, podem sempre expandir cada classe com melhorias extra, o que cria ramificações mais inesperadas para quem vos apanha pelo caminho.
Apesar desta liberdade, o online de Call of Duty: Infinite Warfare continua a ser extremamente veloz e frenético, de certa forma, até demais, pois perdeu alguma da tolerância de combate do passado. Eu sou fã de acção rápida, mas em jogos como Call of Duty 4: Modern Warfare, ao menos tinha tempo de me mexer e explorar mais os cenários, aqui quase não tenho tempo para respirar e sinto sempre que estou debaixo de fogo.
Isto também não é ajudado pelo matchmaking que me colocou frente a frente com jogadores de rankings demasiado elevados. Posso não ser um pro, mas não sou terrível e na maioria dos jogos morri três vezes mais do que matei. Se é complicado para mim que já jogo há anos, imaginem para os que começaram há poucos.
Também não fiquei grande fã da maioria dos mapas online. Estes são bastante similares e normalmente oferecem demasiadas opções para que os aproveitadores se sintam superiores. As armas também não estavam totalmente equilibradas e vi muitos contactos de bala que não eram contabilizados (como acertar três ou quatro tiros num adversário e este não perder vida sequer).
Apesar de o ter recebido na transição entre a PS4 normal e a PS4 Pro, pude experimentar nas duas e existe uma melhoria de desempenho na nova plataforma. O terror passou mais por descarregar e instalar as 50GB de jogo, o que ainda demorou praticamente um dia. Voltando ao visual, mesmo fora da PS4 Pro e outras plataformas, Call of Duty: Infinite Warfare é um jogo bonito e com impacto. É verdade que o visual das personagens é melhor nas cinemáticas do que em jogo e algumas movimentações ainda continuam a parecer demasiado robóticas (e existem mesmo robôs em campo para comparar).
O som ambiente continua a manter a qualidade da série e a banda sonora é realmente muito boa. A prestação dos actores também está muito boa, embora os mais conhecidos pareçam os menos empenhados em fazer o melhor trabalho possível.
Ou seja, apesar de toda a negatividade em redor dele, como seria de esperar, Call of Duty: Infinite Warfare é um bom jogo, no entanto, acaba por desiludir no que toca a aproveitar o tema espacial, na forma como o online é desequilibrado e também no pouco impacto que as personagens nos deixam. Não duvido que os fãs de Call of Duty gostem dele e dediquem horas da sua vida ao online, mas é um jogo que tinha a obrigação de ser mais do que é.
Positivo:
- Fidelidade visual
- Sequências como piloto
- Ambiente parvo do modo Zombies
- Personalização da jogabilidade online
- Banda sonora
Negativo:
- Campanha linear
- História sem grande impacto
- Online esmagador e injusto
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