Análise – Black Rock Shooter: The Game

Se o nunca ouviram falar em Vocaloid ou o nome é apenas vagamente familiar, então as probabilidades de conhecerem Black Rock Shooter são realmente muito reduzidas.

Para quem não sabe do que estamos a falar, o Japão consegue produzir algumas das coisas mais bizarras que existem no planeta terra e um destes feitos foi o de dar forma e face a um programa de música com o nome Vocaloid, deste programa saíram várias personagens como a famosa Hatsune Miku e um das evoluções é Black Rock Shooter e as suas personagens que são baseadas na música, filme e videoclip com o mesmo nome. Confuso? Não se preocupem, é bem melhor nem saberem, pois Black Rock Shooter é muito mais fácil de apreciar dessa forma.

Black Rock Shooter é a rapariga de cabelo espigado e canhão em punho que podem ver em quase todas as imagens desta análise. Ao contrário dos filmes ou série, aqui a Black Rock Shooter surge como uma arma humana pronta a lutar contra os inimigos robóticos que ameaçam extinguir os últimos seres humanos que ainda habitam a terra.

Apesar de ter sido lançado como um jogo por download para a PS Vita, Black Rock Shooter é na realidade um jogo de PSP que foi apenas feito compatível com a consola, mantendo assim o estatuto de jogo PSP (continua a correr na PSP caso instalem na mesma), embora com uma apresentação enquadrada à dimensão do ecrã da PS Vita.

Black Rock Shooter: The Game é um misto de alguns géneros clássicos japoneses que surgem aqui numa “mistela” pouco convencional. Existem diálogos por Codec ao estilo de Metal Gear Solid, a exploração dos cenários é feita ao estilo de Crisis Core: Final Fantasy VII e o combate é um RPG por turnos com elementos de acção.

A estrutura da história está dividida em missões que representam capítulos. Em cada um destes terão normalmente seguir de ponto A a ponto B, derrotando quem encontram pelo caminho através de mapas compostos por corredores. As missões podem ir de coisas banais como matar um determinado número de inimigos, coisas ainda mais banais como depositar granadas de fumo para atrair a atenção dos monstros ou accionar várias alavancas para abrir uma porta para os aliados.

Apesar de ser repetitivo, e até bastante linear, Black Rock Shooter: The Game consegue manter o jogador preso com o seu sistema de combate RPG diferente do habitual. Cada vez que encontram um inimigo no mapa, são transportados para uma arena própria onde decorre o combate e as personagens atacam num sistema similar ao de turnos. No caso da BRS, vão ter apenas de medir o aquecimento da arma, o qual aumenta quando disparam em sequência e permite que usem saltos evasivos ou possam bloquear ataques.

Além de subir níveis com experiência, a BRS ainda consegue ganhar novas habilidades cada vez que mata um determinado número de inimigos ou realiza certas missões. Com estas habilidades podem personalizar o ataque e a defesa da personagem para responder melhor a certos inimigos e bosses.

As batalhas com os bosses são um dos pontos altos do jogo. Não só os inimigos principais são diferentes dos robôs genéricos que patrulham o mundo, como conseguem criar um bom desafio em combate. Cada um destes bosses foi construído no mesmo modelo que BRS, por isso podem contar com personagens extravagantes e com desenhos altamente personalizados e estilizados. Para tentar aumentar a variedade, foram ainda criados uns segmentos a bordo de uma mota, os quais nunca chegam a ser realmente empolgantes.

Visualmente, Black Rock Shooter: The Game é claramente um jogo de PSP, mas também é um jogo de PSP com uma qualidade bastante boa. Mesmo tendo várias texturas fracas e muitos inimigos repetitivos, as personagens principais e os ataques foram bem trabalhados e ainda conseguem ser apelativos frente a alguns jogos da PS Vita. Só é uma pena que a câmara não ajude muito a escolher os melhores ângulos.

O som por seu lado oferece apenas as vozes em japonês, deixando o trabalho de tradução para as legendas. Os diálogos são carismáticos e até divertidos em certos momentos. A música cumpre bem o seu objectivo e apesar de nunca ter ouvido o tema principal de Black Rock Shooter, algumas músicas são francamente boas.

Embora seja um jogo curto (cerca de 10 horas) e repetitivo, Black Rock Shooter: The Game consegue ser uma boa aposta para quem gosta de jogos de RPG e acção pouco comuns. Os fãs não vão gostar muito da direcção que a história toma, mas para alguém como eu que mal conhece a personagem e apenas ouviu a música algumas vezes, Black Rock Shooter: The Game providenciou uns bons momentos de jogo na minha PS Vita.

Positivo:

  • Evolução da personagem
  • Combate estranho mas divertido
  • Visual de PSP bastante bom
  • Vozes em japonês
  • Bosses

Negativo:

  • Câmara rígida
  • Repetitivo
  • Muito linear
  • Checkpoints demasiado distantes

Daniel Silvestre
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