Análise – Battleborn

 

Todos sabem que eu sou um grande fã do trabalho que a Gearbox fez em Borderlands. Não apenas por ser um bom híbrido entre um FPS e um RPG, e ser um universo bastante distinto e carregado de todo o estilo de humor.

Este é um estilo que a Gearbox trouxe até aos videojogos, que acabou por inspirar uma série de outros títulos, que chegaram ao mercado sem medo de ser demasiado “nonsense” ou totalmente parvo. Mas será que esse é um rótulo que a companhia pode usar em qualquer outro lançamento?

Battleborn, é um jogo num género à parte, mas sendo dos mesmos criadores, é impossível não cruzar o seu estilo, o seu humor e até jogabilidade. Com um pouco de esforço, até é possível imaginar que Battleborn seria um spin-off de Borderlands. Talvez o tal Borderworlds que já se tinha ouvido falar.

battleborn-analise-review-pn_00004Encaixado entre um FPS de acção e um MOBA, as minhas expectativas só estavam elevadas por ser um jogo da Gearbox. Numa altura em que a Blizzard lançou Overwatch, este teria de lutar muito para garantir o seu lugar e o meu tempo de análise. Felizmente para Battleborn, este é um jogo que ganha tanto como perde pelo lançamento de Overwatch.

Battleborn começa logo com uma série de cinemáticas e tema que fazem lembrar as séries de animação dos anos 90, cheias de super soldados, naves, explosões e heróis com roupas e armas pouco comuns. Depois disso, faz-nos saltar para um tutorial, que culmina numa abertura para todos os modos de jogo.

Gostei bastante de ver que Battleborn inclui uma campanha própria que pode ser jogada com outros jogadores ou sozinhos. Não engloba tantos mapas e não é linear, pois os mapas são escolhidos quase de forma aleatória, mas é sempre bom ver que ao menos existe um modo onde podemos jogar algo parecido a uma história para poder experimentar os Champions. Quanto mais evoluem em ranking ou mais missões concluem, mais personagens desbloqueiam para usar.

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Esta campanha foi pensada para ser jogada com outros jogadores, mas consegue ser dificíl escolher os cenários que ainda não jogámos, pois a votação é feita por todos e vai pelo rumo da maioria. Claro que nunca perdem tempo em fazer uma campanha da história e todo o dinheiro de jogo é bem-vindo, mas é uma pena que na maioria dos casos, estes episódios sejam alongados por sequências artificiais de vagas de inimigos, zona após zona. Mesmo que a narrativa seja divertida, acaba por se alongar demais.

Depois, existem os modos online, que são o centro de Battleborn. Aqui podem jogar em modos que fazem lembrar um Call of Duty, ou algo mais ao estilo de um MOBA. Um dos modos é o típico Dominion, onde tentam capturar zonas e manter as mesmas debaixo de controlo para ganhar pontos, depois existe outro onde a equipa com mais assassinatos ganha, e por fim, o principal, o modo Incursion.

Basicamente, Incursion é o maior modo de Battleborn e o modo em que vão gastar mais tempo. Este é uma espécie de MOBA com minions, onde o objectivo passa por destruir as defesas do inimigo e ir avançando no mapa. Curiosamente, a forma como os cenários estão construídos, não limita os jogadores a tomar uma posição específica, por isso, qualquer um pode fazer qualquer coisa dentro da sua classe. Seja atacar os inimigos, tentar capturar aliados, ou simplesmente construir defesas com dinheiro acumulado.

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Tal como outros jogos do género, o jogo inclui um processo de evolução onde vão subindo de nível ao longo da partida. Cada nível desbloqueia mais um patamar de evolução com melhoramentos para as habilidades das personagens. Seja coisas como diminuir o tempo de Cooldown de cada ataque ou aplicar mais dano a cada poder, existem sempre duas hipóteses. A início, estas são demasiado confusas, mas como em qualquer outro jogo, só precisam de aprender as habilidades das vossas personagens favoritas.

Falando em personagens, tenho de dizer que gostei da maioria das que estão presentes. Cada uma é bem diferente e com o seu próprio estilo. Uns são brutalmente agressivos a curto alcance, outros conseguem usar Snipers e depois entramos no campo do estranho, com alguns a usar esporos, ou até sistemas de invisibilidade. Existe sempre uma personagem que vai estar ao vosso gosto e eu descobri algumas que se adaptavam melhor a mim.

O visual de Battleborn é bastante próprio, parecendo um cruzamento entre Borderlands e os cenários de Outlands de World of Warcraft. Tudo é muito cartoon, tudo é muito estilizado e tudo até é bastante bonito e exótico. Por isso mesmo, é uma pena que a fluídez do jogo sofra imenso (pelo menos na PS4), durante os combates. A confusão de ataques e especiais é tanta, que às vezes é complicado ver o que se está a passar à nossa frente e reagir como deve ser. No geral, as vozes são boas e dentro do esperado neste estilo. A música também leva nota positiva, embora por vezes tenha a mania de desaparecer.

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Depois, existem bugs que surgem aqui e acolá, especialmente com NPCs na campanha (podem ver um exemplo na nossa análise em vídeo) e os servidores conseguem demorar uma eternidade a responder. Por vezes, cheguei a esperar mais de 5 minutos para que fosse encontrada uma partida.

De qualquer forma, gostei bastante como o conteúdo é aberto a conta-gotas, o que permite conhecer melhor todas as personagens iniciais e ir experimentando com tudo o que temos ao nosso dispor. Com isto, acaba por se evitar a confusão de ser esmagado com tantas opções logo a início, muitas das quais até são mais complicadas de jogar.

Depois de várias horas de jogo com Battleborn. Percebi que este é um jogo que ganhou bastante porque não esperava assim tanto dele, e porque a minha atenção estava virada para outros que fizeram mais alarido. Tudo vai depender do apoio dado ao jogo e da comunidade que o rodeia. Quando estou fora dele, não sinto o chamamento para lá voltar, mas quando o ligo e começo a jogar, sinto-me bastante entretido e satisfeito.

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Positivo:

  • Estilo e arte
  • Ainda se criam bons Champions
  • Campanha é bem-vinda
  • Mais do que um modo online

Negativo:

  • Demora a encontrar partidas
  • Vários bugs
  • Quebras frequentes na fluídez

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Daniel Silvestre
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