Análise – Arslan: The Warriors of Legend

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Nos últimos tempos temos visto algumas séries a seguirem o estilo de jogo “warriors” por outras palavras colocar uma dada série no formato de Dynasty Warriors, sendo este o exemplo mais comum. A mais recente série a receber este tratamento é Arslan Senki sob a forma de Arslan: The Warriors of Legend.

Este jogo ao estilo musou acaba por estar bem enquadrado no que toca a jogabilidade tendo parecenças com jogos do género e algumas artimanhas únicas que o acabam por destacar de apenas mais um clone. Se existe um ponto que salta rapidamente à vista é a fluidez com que se apresenta, raramente vi o jogo com quebras de frames mesmo com imensos inimigos em campo, assim como uma apresentação em cell- shading que acaba por resultar positivamente nas personagens mas deixa bastante a desejar nos cenários.

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A história de Arslan: The Warriors of Legend não me conseguiu agarrar, no entanto eu não conheço o anime/manga ou a história por de trás do mesmo pelo que me torno de imediato um daqueles espectadores difíceis. Senti-me perdido a inicio mas lá fui apanhando a narrativa, no entanto o modo história do jogo sofre de um problema que me incomoda e me impediu de desfrutar do mesmo.

Aquela sensação de finalmente conseguir derrotar o nosso inimigo não está neste jogo. Na esmagadora maioria dos combates o nosso adversário foge, ou deixam-no ir. Estão a ver aquela batalha gigantesca que acabámos de lutar para poder chegar até este inimigo? Não interessa para nada porque a vamos repetir já de seguida num outro mapa porque o deixámos fugir. E é por esta razão que me desinteressei por completo, não existe qualquer tipo de recompensa na mesma, é como estar a mastigar a mesma pastilha elástica durante um mês sem parar e sem direito a fazer balões.

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Arslan, a personagem principal é um príncipe com um complexo de Gandhi no que toca aos generais inimigos, jamais os magoará, no entanto também tem lugar para um complexo de Kratos sendo capaz de matar mais de 2000 soldados antes de chegar ao objectivo. Ou seja mata 2000 salva 1, parece-me um estupendo rácio de boas acções. Não faz sentido absolutamente nenhum uma história como esta num jogo como este, eu senti-me aborrecido e irritado pelo facto de estar a encontrar sempre os mesmos inimigos ao longo de mais de 30 níveis; as novidades acabaram algures na terceira batalha. Concluíndo a minha opinião sobre a história, se já conhecerem a história poderão vir a gostar caso contrário basta carregar no Skip durante as cinemáticas, que são muitas e aborrecidas, posso garantir que nem as pipocas me salvaram.

Ao contrário da série Dynasty Warriors o objectivo não passa por conquistar reinos mas sim lutar pela coroa que pode ou não ser nossa. O resultado é que o modo história se transforma numa viagem e durante esse percurso existe um dado número de batalhas. Enquanto avançamos vão-se juntado alguns aliados e o jogo até nos dá diferentes pontos de vista sobre o combate sendo que em dados momentos somos obrigados a trocar para uma outra personagem num outro local.

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Isto acaba por ser positivo uma vez que vamos podendo experimentar diferentes personagens com diferentes armas, o que apesar de ter controlos rigorosamente iguais, obriga-nos a utiliza-los de maneira diferente. Certos combos podem sobrepor-se e outros encadearem, cabe-nos a nós descobrir essas nuances que dão mais profundidade a um sistema cansado. Ainda assim e voltando a comparações com Dynasty Warriors, Arslan é uma versão deslavada e ao mesmo tempo algo diferente, mas não deixa de ser um “Musou” mais fraco em termos de opções, combate e história.

Ainda assim e com todas as parecenças Arslan: The Warriors of Legend opta por inserir algumas novidades mas que nem por isso são boas, por exemplo as lutas contra os generais inimigos são um combate meticuloso com um custo elevado por cada golpe sofrido e é essa a única razão pela qual é meticuloso. Tal como já acontece em Dynasty Warriors, ser apanhado desprevenido tem um grande custo mas a menos que exista uma diferença absurda conseguimos recuperar, aqui não deixa de se transformar no jogo do gato e do rato

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Por vezes a situação fica injusta mas normalmente a culpa é nossa por não sermos pacientes. Com a excepção dos belos combos que retiram qualquer coisa como 90% da barra de vida sem hipótese de defesa. Ainda assim estas lutas contra “Boss” acabam por se desenrolar sempre da mesma maneira e rapidamente se lhe apanha o jeito. Voltando ao meu ponto de comparação, em Dynasty Warriors cada general é quase único em padrões de ataque, aqui senti-me a lutar contra o mesmo inimigo com armaduras diferentes.

Existe um escudo que se regenera vezes e vezes sem conta, enquanto ele tiver o escudo é imune a efeitos secundários dos nossos golpes como a força do impacto e nós limitamos-nos a acertar duas ou três vezes e fugimos para não levarmos com um combo em cima. Já para não falar nos teleportes que o inimigo faz quando fica zangado e está encurralado.

Os combates aqui estão directamente ligados aos combos, as nossas personagens num jogo como este têm de ter combos capazes de lidar com vários inimigos e serem “fixes”. Aqui isso acontece em parte, apesar de podermos trocar de arma num ápice nunca me senti verdadeiramente no controlo de uma personagem poderosa, senti-me sempre no controlo de uma personagem “semi-poderosa” ou “semi-fixe”, nunca chega a existir aquela personagem com que queremos mesmo jogar, existe apenas aquela que até é engraçada.

Ainda dentro dos combates uma das acções que destaca Arslan: The Warriors of Legend são os ataques “Mardan Rush” que juntam de uma assentada parte do nosso exército e irrompem pelas fileiras inimigas quer seja a pé a cavalgar ou à distância com setas. São sequências que dão gosto jogar, é a única altura do jogo que me sinto um general no comando de um vasto exército.

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Podem jogar online durante a história assim como num cenário especifico. Para além do modo história existe ainda o Free Mode onde podem jogar qualquer um dos cenários do modo história com a personagem que quiserem. Este modo permite também personalizar a batalha que têm pela frente modificando o nível de dificuldade e a opção de inserir fatos para os NPC. No entanto isto não é suficiente para trazer variedade ao jogo, faz falta aqui a criação de cenários únicos ou diferentes objectivos. Neste momento existem jogos dentro deste género que já o fizeram e eu sinto que eles não estão aqui porque não se quiserem dar ao trabalho.

Cada personagem tem acesso a uma arma, no mínimo, mas conforme avancem podem adquirir mais. Apesar de algumas armas serem únicas, quando temos duas personagens com a mesma arma estas são praticamente idênticas, modificando por vezes o fim de alguns combos. Quanto mais usarem uma dada arma e de acordo com o vosso nível mais afinidade ganham com a mesma, poderão então desbloquear esquemas de ataque elemental que alteram os combos com a arma para fazer dano do elemento em questão.

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Em Arslan: The Warriors of Legend existem pouco mais de uma dúzia de personagens jogáveis e infelizmente senti que existem clones directos umas das outras, como já expliquei acima uma mesma arma em duas personagens diferentes acabam por ser quase iguais. Se me perguntarem o que distingue as personagens eu sou obrigado a dizer o aspecto e a parte final dos combos, mas um guerreiro de lança é um guerreiro de lança, e isso é mais evidente quando falamos em arqueiros. Não quero dizer com isto que não existem personagens únicas, mas também existem os clones. Uma curiosidade engraçada é que podem desbloquear fatos opcionais para as personagens, é um daqueles pequenos toques que acabam por dar mais alguma graça ao jogo.

As personagens vão evoluíndo por níveis e com isso vão ficando mais fortes, podem também escolher até 3 cartas que podem fabricar ou apanhar durante os níveis para adicionar alguns bónus a cada personagem. Já os extras servem também como forma de mostrar alguma imagens e coleccionáveis.

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No que diz respeito ao departamento sonoro do jogo posso dizer que estou bastante satisfeito, com um senão, não existe qualquer tema que soe a uma batalha épica. Toda a banda sonora é bastante linear e quase não se destaca da acção mas é bastante agradável. Já os efeitos sonoros de espadas e pessoas aos gritos são competentes não sendo de excelência.

No geral Arslan: The Warriors of Legend é um jogo que agradará aos fãs dos jogos Musou como uma alternativa diferente mas também têm de gostar de Arslan, se gostarem apenas de um dos géneros existem melhores opções e mais completas. Eu não sinto vontade ou necessidade de voltar ao jogo, se algum sentimento ficou foi apenas o cansaço e alívio de o ter terminado, e isto nunca é bom. Assim sendo resta-me reforçar a ideia de que este é um jogo que só vale a pena para quem for fã de jogos Musou e de Arslan.

 

Positivo

  • Visual das personagens
  • Mardan Rush é uma boa mecânica
  • Sistema de combos elementais
  • Combate sólido…

Negativo

  • … mas sem grandes destaques
  • Cenários desinspirados e visualmente repetitivos
  • História aborrecida
  • Falta de opções extra para os combates
  • Torna-se monótono

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