Análise – Akiba’s Trip: Undead and Undressed

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O Japão é muito forte no ocidente no que toca ao imaginário trazido para cá por videojogos, mangas, anime e muita da cultura japonesa que nos fascina e faz querer viajar até terras do sol nascente.

Claro que isso também resulta numa série de choques culturais e coisas que não fazem assim tanto sentido para a maioria dos comuns mortais, ou numa visão mais concreta, os ocidentais. São formas, estilos de viver e estar diferentes, por isso, muito do que surge por lá, também é estranho para eles, formando sub-culturas.

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A mais famosa por cá, e aquela que pensamos também ser forte no Japão, é a cultura Otaku, a qual nem é assim tão bem vista e apreciada na generalidade. Por cá vemos estes universos como algo divertido e comum, como tal, um jogo como Akiba’s Trip: Undead and Undressed acaba por ser até mais indicado para os fãs do estilo no ocidente, do que para o público japonês em geral.

Mal começam a jogar Akiba’s Trip: Undead and Undressed, dá para perceber que este explora este universo Otaku de forma directa e com o humor de quem sabe do que está a falar. Desde o local onde decorre, o distrito de Akihabara, até às personagens que aprecem, os vossos colegas de equipa e a presença de publicidades, músicas e eventos sociais, esta é uma recriação colorida do que é este universo.

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Se bem que Akiba’s Trip: Undead and Undressed dá uma volta a este universo, usando apenas o espaço físico do local e a cultura para contar uma história de como uma organização transforma pessoas em vampiros e como precisam de se livrar deles expondo os seus corpos ao sol. Para isso precisam de arrancar as suas roupas em combate. Nada que seja tipicamente perverso e ao estilo japonês, não é?

A parte positiva de Akiba’s Trip: Undead and Undressed é a forma como encara tudo isto com muito humor e personagens claramente satirizadas. Todas elas são a representação de um qualquer estilo de pessoa, seja introvertido, espontâneo ou agressivo, está tudo aqui, especialmente nas personagens que rodeiam a principal.

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O jogo está dividido entre secções de diálogos com as personagens, preparação para as missões, exploração do distrito, combate contra inimigos e realização de missões alternativas. Infelizmente, Akihabara não está recriado na integra, com cada zona a aparecer dividida por blocos e limites, que abrem um loading cada vez quem mudam de rua. É uma pena, pois existem muitas lojas e zonas que mostram muito do que é visitar o distrito, embora com várias limitações de espaço e certamente, licenças.

Mesmo assim, Akihabara é certamente a maior personagem do jogo, pois mesmo não estando tão cheia e movimentada como na realidade, as ruas foram modeladas tal como são por lá e tudo o que acontece nestas é inspirado, ou retrata o que é o distrito, com as suas músicas alegres de Vocaloid, trailers de Anime e jogos a passar em ecrãs, cosplay, maids, e até presença de algumas marcas de figuras, como é o caso da Kotobukia. A vasta maioria das lojas que podem visitar também não permitem que as explorem no seu interior, o que é uma pena.

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Em termos de combate, Akiba’s Trip: Undead and Undressed é um pouco mais profundo do que parece à primeira vista. Assumindo o papel de um jogo de combate e acção, a profundidade da jogabilidade é criada com a inclusão dos três botões de combate, cada um visa uma parte do corpo e atacar nesse local, vai dar dano à roupa. Quando esta pisca, está na altura de agarrar na peça com o mesmo botão e arrancar com ela. Isto pode criar combos onde arrancam várias peças de seguida de personagens diferentes, o que muitas vezes resulta em novas peças de roupa para usar e equipar.

Já que falamos nisso, Akiba’s Trip: Undead and Undressed também engloba um sistema de RPG simplificado, ou seja, ganham experiência por vencer em combate, o que melhora a personagem e roupas ou armas para equipar com mais ataque ou defesa. É hilariante o que que encontra por aqui e tão depressa usam um taco de plástico como um monitor de PC.

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No que toca ao desenrolar da história, esta é afectada pelas vossas escolhas durante os diálogos e as personagens que escolhem para vos acompanhar nas missões. Quanto mais as conhecem, mais elas se vão afeiçoando a vocês, o que cria momentos ligeiramente diferentes. Mais uma vez, destaco o humor de certas respostas que são possíveis, que vão do esperado e socialmente aceitável, até ao típico troll.

Outros elementos divertidos de Akiba’s Trip: Undead and Undressed são todos os pequenos pormenores com que podem interagir. Existe um email para ler, um fórum ao estilo Twitter com mensagens que parecem mesmo retiradas de um qualquer fórum, figuras para coleccionar, panfletos de marcas e muita publicidade berrante para ver ou coleccionar.

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Quanto ao visual, a versão PS3 a que tivemos acesso fazia um trabalho decente de misturar arte desenhada com um motor 3D colorido e simpático, embora fossem notórias algumas quebras na fluidez e cortes ocasionais inexplicáveis. O jogo também sofre de texturas básicas e é uma pena que os cenários englobem tão poucos NPC. Quanto ao som, a música está dentro do género e as vozes, tanto em japonês como inglês estão bastante boas. Louvor também para a excelente tradução que adapta termos japoneses para ingleses que fazem sentido.

Akiba’s Trip: Undead and Undressed não tem um estilo diferente da maioria dos jogos do seu género, mas a experiência global é inédita e bastante pessoal. Este é um jogo divertido de jogar e ideal para os grandes fanáticos de cultura pop japonesa. Todos os outros não vão perceber o que se está a passar aqui, mas também este jogo não pretende evangelizar ninguém. Está longe de ser um jogo do ano, mas com o tema que apresentava, estava à espera de algo bem pior.

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Positivo:

  • Muito divertido
  • Cuidado levado a cabo na localização
  • Personagens secundárias interessantes
  • Combate mais profundo do que parece
  • Todo o ambiente de Akihabara

Negativo:

  • Estranhos cortes e quebras de fluidez
  • Motor gráfico simplista
  • Personalização inicial limitada
  • História pateta
  • Aborrece em maratonas mais longas

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Daniel Silvestre
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