Análise – The World Ends With You: Final Remix

Este ano está a ser tão bom para os fãs de RPG que não é de todo estranho que até a própria Square-Enix mostrasse vontade de voltar a lançar The World Ends With You na Nintendo Switch. Tendo em conta que este jogo é um clássico da Nintendo DS, pode ter passado ao lado de muitos jogadores mais recentes.

Embora seja bom ver The World Ends With You: Final Remix chegar à Nintendo Switch com um visual e polimento ainda melhor, o jogo acaba por sofrer demasiado com problemas relacionados com a jogabilidade e a própria utilização da consola.

Como alguém que jogou The World Ends With You tanto na Nintendo DS como no iPad, vi como cada uma das plataformas conseguiu adaptar tão bem o jogo, mantendo o essencial e afinando o que seria preciso para fazer o jogo correr num ecrã de um tablet. Não era tão prático como usar o Stylus, mas funcionava.

Na Nintendo Switch, The World Ends With You: Final Remix sofre de duas formas, pois podem jogar de duas maneiras. Ou jogam com a consola na Doca e usam o Joy-Con (também funciona em modo Mesa), ou jogam em modo portátil e aproveitam apenas o ecrã para jogar, sem qualquer utilização dos botões da consola, ou seja, é a primeira vez que a consola nos incentiva a jogar em modo portátil e retirar os comandos para “eliminar” o tamanho e peso da mesma.

Porque é que isto é mau? Porque qualquer uma das duas versões sofre com os seus problemas. O modo doca é brutalmente impreciso, com uma mira que passa a vida a fugir do ponto de onde queremos e em alguns casos (que me aconteceram), começa a andar sozinha pelo ecrã. Ter o Joy-con na mão é mais prático para movimentar a personagem no cenário, mas quando entramos em combate, é de uma confusão e imprecisão gritantes. A melhor parte de jogar em modo Doca é poder partilhar o jogo com outra pessoa que pode vir sofrer connosco. A experiência fica igualmente confusa, mas ao menos é mais divertida.

No caso de The World Ends With You: Final Remix, a melhor forma de jogar é no modo portátil, que mesmo assim não está isento de problemas. Como não estamos a usar um estilete e o ecrã da consola não é tão grande como um tablet, não é de todo impossível que os vossos dedos acabem por cobrir uma boa parte do ecrã, o que esconde certas partes do cenário ou pode ficar por cima de certos inimigos que deixamos de ver em combate. Como o sistema de combate de The World Ends With You: Final Remix é bastante rápido e caótico, é boa ideia jogar no modo tablet, a custo claro do conforto do grande ecrã.

Quando está tudo a correr bem e o tempo de habituação acaba por encaixar, esta versão do jogo começa a parecer muito melhor. O combate é interessante e divertido, os diálogos são bons e estão bem escritos (mesmo que Neku seja um protagonista irritante), e o ambiente do jogo é um “must”, muito à frente da sua época.

Já que falamos em ambiente, há que destacar o visual limpo e colorido desta versão que corre lindamente tanto em modo portátil como na televisão. A arte e design das personagens é de topo e claro, a banda sonora é mesmo muito boa. Só tenho pena que não tenha sido incluídas vozes para os diálogos das personagens.

Tendo em conta tudo o que já referi, tudo isto podia ser visto com outros olhos se The World Ends With You: Final Remix fosse um jogo vendido a um preço mais baixo, no entanto, a Square-Enix pede praticamente 50 euros por um jogo com mais de 10 anos que não mudou assim tanto e que já foi vendido bem mais barato em outras plataformas. Tendo em conta o estado da jogabilidade, o caso ainda fica “mais feio”.

Se estão dispostos a jogar apenas em modo portátil, The World Ends With You: Final Remix ainda é uma experiência que posso recomendar caso nunca tenham jogado qualquer uma das outras versões, porém, é um lançamento que sofre de vários males e que não chega a ser melhor que a versão da Nintendo DS.

Positivo:

  • Estilo artístico
  • Visual ainda mais limpo
  • Grande banda sonora
  • Combate desafiante

Negativo:

  • Problemas de jogabilidade
  • Modo Doca é uma trapalhada
  • Podiam ter sido adicionadas mais vozes
  • Preço de venda é exagerado

Daniel Silvestre
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