Os azares dos jogadores – Sérgio Batista e Dragon Quest VIII

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Seguindo a onda de azar iniciada pela Adriana na semana passada, vou aproveitar para partilhar também uma situação peculiar onde a sorte não esteve no meu lado. No entanto, eu não julgo que este tenha sido uma ocasião de puro azar, apenas de pura estupidez.

Esta história começa no verão de 2008, quando eu tinha 15 anos. Após terminar The Simpsons Game para a PS2 em menos de uma semana, fiquei com a sensação de que o jogo não valeu os 40 euros gastos e decidi devolvê-lo à loja GAME onde o adquiri. Eu não me lembro ao certo se a minha intenção inicial era apenas receber o dinheiro de volta, mas depois de dar a volta ao funcionário da loja, saí de lá com uma cópia de Black e de Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King para a PS2.

Até gostava de falar sobre Black, mas para este artigo vamos focar-nos em Dragon Quest VIII. Este foi o primeiro jogo da série que experimentei. Aliás, foi o primeiro Dragon Quest principal a ser lançado no território europeu. Fiquei intrigado com o jogo depois de experimentar a demo num daqueles DVD de oferta da antiga ROPS (naquela altura conhecida como Revista Oficial da PlayStation 2). Os designs das personagens criados por Akira Toriyama chamaram-me à atenção, e ao contrário do que estava habituado, este RPG por turnos era bastante hardcore.

E foi assim que passei boa parte dos meus dias naquele verão, a jogar Dragon Quest VIII dentro da divisão da casa que servia de lavandaria porque o sítio onde costumava jogar estava em obras. Após acumular mais de 100 horas de jogo, cheguei ao que assumia ser o última save point antes do boss final. Ainda experimentei enfrentá-lo nas suas primeiras fases só para ter uma ideia do que estava para vir, mas como já era tarde, desliguei a consola para ir dormir e decidi tratar dele no dia seguinte.

Foi então que a estupidez aconteceu…

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Por alguma razão, quando ia ligar a minha PlayStation 2 para jogar, eu optei por não ligar a televisão, pelos menos inicialmente. Não sei se foi por preguiça ou porque a televisão levava tempo a iniciar, apenas liguei a consola primeiro e decidi navegar pelo menu inicial “às cegas”. Olhando para trás, eu consigo perceber a “lógica” que me passou pela cabeça. Eu já estava a jogar aquele jogo há vários dias seguidos, portanto é normal ter memorizado algumas coisas, como o layout do menu principal.

Portanto lá estava eu armado em esperto com o ecrã desligado, julgando que estava a carregar os meus dados para terminar a história. Quando decidi ligar o ecrã da televisão, notei que o meu save tinha desaparecido por completo. Apercebi-me que não tinha clicado em “Continue your adventure” mas antes em “Delete an adventure log“. Talvez tenha clicado nos botões cedo de mais, talvez carreguei para baixo mais do que devia, eu só sei que todo o meu progresso tinha ido pelo poço abaixo, todas as cento e tal horas de jogo.

Portanto podemos retirar duas lições desta história: não voltar a navegar nos menus com o ecrã desligado armado em Daredevil, e criar sempre mais do que um save, principalmente num RPG. Desde então, nunca mais voltei a pegar em Dragon Quest VIII para tentar terminá-lo. Será que vou redimir-me com a chegada da versão 3DS? Quem sabe, um dia…

Sérgio Batista
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