O que diz o Fox? – Artigo 10: Checkpoint Fox

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Chegámos à décima edição d’ “O que diz o Fox?”. Calha bem, porque aqui tem um checkpoint. Assim, se morrer, recomeço do nº10 em vez de ter de escrever tudo do princípio.

Na verdade, gostaria de aproveitar esta ocasião festiva para pedir a vossa atenção e falar das pessoas que passam dificuldades. Por exemplo, eu passo em Normal, às vezes em Hard, raramente em Easy. Mas há pessoas que passam ainda mais dificuldades, como o Very Hard ou o Hardcore. Pessoalmente, já não me costuma agradar ir por aí.

É que em muitos casos, as pessoas que fazem os jogos estão a mentir-nos! Chamam ‘difícil’ àquilo a que se deveria chamar ‘chato’ ou ‘demorado’. E é aí que entram os checkpoints a que subtilmente aludi no… primeiro parágrafo.

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Aladino: Como disse? … Ah, foi o verbo “aludir” outra vez. É sempre a mesma coisa…

Passo a explicar-me. Imaginemos que o Ministro da Educação fazia o seguinte discurso: “De forma a combater as acusações de que o actual sistema de ensino se está a desvalorizar devido ao facilitismo, e de que os nossos alunos saem das escolas mal preparados para os desafios da vida real, decidimos impor uma nova regra. Qualquer aluno que chumbe um ano é mandado de volta para o 1º ano da primária. Naturalmente, fazer todo o ensino obrigatório de seguida é mais difícil, e assim resolve-se o problema”.

Mas será que é? Será que a “dificuldade cumulativa” é uma coisa que exista, ou que deva existir? Será que não deva? Quais são os jogos que acertam e os que erram?…O que é que estás a fazer aqui? Isso é o meu computador? Que é isso no Word? É a minha rubrica?!

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(…)

Nota do editor: Daqui FoxRS. Peço imensa desculpa. Esqueci-me de trancar a porta e o meu irmão veio para aqui e pôs-se a escrever o novo artigo da rubrica. Malandro! Ele faz coisas destas quando se esquece de tomar os comprimidos. O médico diz que ele tem feito progressos, que praticamente já não escreve nos computadores dos outros, mas é difícil, e ainda não há cura. Peço a vossa compreensão.

Pronto, Mabecko, diz adeus aos amiguinhos. Se te portares bem podes vir um dia a escrever um artigo inteiro. Vá, volta lá para a tua cela e não saias sem te chamarem!

Já viram isto? A lata desta gente… Eu até tinha tido a ideia de, por ser o décimo artigo, podermos fazer qualquer coisa os dois, para comemorar. Mas uma coisa é discutirmos o que fazer, o que não fazer… Agora assim não pode ser, há que ter respeitinho aos mais velhos ou, pelo menos, respeitinho ao Fox, que é ainda mais importante. É isso que diz o Fox! Bom, acho que estamos conversados.

Bem, mas tenho que admitir que a ideia não é má de toda, a da dificuldade dos jogos. “Dificuldade”, entre aspas. Porque se somos obrigados a repetir secções longas ou níveis inteiros por causa da ausência dos tais checkpoints, isso faz o jogo mais difícil? E isso de ser difícil é uma qualidade ou um defeito? E como é que se distingue ‘dificuldade’ de ‘desafio’?

Eh, calma lá com as perguntas! Uma de cada vez, por favor! Confesso que gosto muito daquela analogia com a escola que o meu irmão falou lá atrás. Ele já mo tinha contado e também tive de concordar. Aliás, desde então tenho estado mais atento à dificuldade dos jogos, e realmente ajuda a perceber quando é que certas políticas de checkpoints não fazem sentido. E não fazem sentido quando tiram a piada ao jogo. Pode dizer-se que a ausência de checkpoints é um incentivo ao jogar cuidadosamente; da mesma forma, a ausência de airbags é um incentivo ao conduzir cuidadosamente. Estão a ver? Da próxima vez que conduzir um Mégane RS, desligo-os. Desafio em estado puro! Sem checkpoints!

Porque a morte nos jogos é como os acidentes na vida real. São obviamente coisas a evitar (já agora, aconselho também a evitar as mortes na vida real). E quando um gajo trabalha durante o dia e tem pouco tempo para jogar, torna-se chato quando um nível de 15 minutos se transforma num de 1 hora, só porque é preciso repetir frequentemente. Há quem prefira jogos que sejam mais desafiantes, certo. Mas repetir várias vezes a mesma porção não é divertido para ninguém. Ou é?

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Estou numa secção de plataformas muito comprida, muito “difícil”. Morri. E agora? Agora tenho de fazer tudo desde o início, mesmo aquelas dúzias de plataformas iniciais que eu claramente já consegui passar. Outro exemplo. Chumbei no 10º ano. Mas já demonstrei que sou capaz de fazer os primeiros 9. Tenho de voltar para o princípio? FOGO, Ó STÔRA!! É justo ter de fazer tudo outra vez? Diria que é injusto. E o Fox diria mesmo mais: é desnecessário!

Em suma, se eu for eleito, prometo: Mais checkpoints! Mais save points! Vidas infinitas para todos! Para que uma hora de jogo possa representar uma hora de progresso! Eu acredito! Vota Fox 2014!

 

O que diz o Fox? é uma rubrica semanal de opinião idealizada e escrita pelo membro da comunidade FoxRS. Os temas semanais são livres e podem mudar entre cada artigo. Podem sugerir temas e comentar em baixo.

Daniel Silvestre
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