No Man’s Sky tem tudo para correr mal

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Todos nós pensamos que sabemos o que é preciso para um jogo ser um bom jogo, no entanto, parece ser difícil criar projectos que realmente estejam ao nível das expectativas.

Depois existem jogos bons, que são mesmo, mesmo bons, mas nunca o chegam a ser, porque ficam submersos no meio das próprias expectativas dos jogadores.

Tal como nos trailers de filmes, existe uma linha ténue entre o mostrar muito e perder o interesse, e mostrar pouco, criando mais dúvidas e questões, o que resulta em Hype.

Este é o caso de No Man’s Sky, um jogo que surgiu do nada, mas que ganhou imediatamente o estatuto de culto. Os primeiros trailers mostravam exploração espacial praticamente sem limites, milhares de planetas remotos para explorar e a possibilidade de fazer o que o jogador bem lhe apetecesse.

Desde que foi revelado, foi automáticamente convertido para um exclusivo temporário da PS4, a Hello Games enfrentou uma sequência de cheias nos seus escritórios e a informação sempre pareceu curta, muito curta.

Afinal o que é possível fazer em No Man’s Sky? Para mim, viajar pelo espaço de forma livre a ouvir a banda sonora dos 65daysofstatic já me parece bom o suficiente, mas e o que fazer pelo caminho? Esta foi a grande incógnita de muitos e aquilo que pode vir a destruir No Man’s Sky.

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Para dar um bom exemplo, vamos chamar GTA à conversa. Esta série é uma das mais galardoadas, controversas e jogadas no mundo. Cada novo jogo reúne bastante hype em seu redor e cada trailer faz com que a internet deite fogo por todos os lados.

Qual a vantagem de GTA e de outras séries como ela? O jogador já sabe o que esperar, sabe o que pode fazer e o que vai acontecer, sendo depois supreendido por certos pormenores, pequenas (grandes novidades), entre outras coisas.

Pensem também em outros grandes jogos do ano como The Witcher 3, Fallout 4, Bloodborne e afins, são grandes jogos, mas estão dentro do seu próprio tema e conceito, antes de serem lançados, já havia conhecimento do seu conceito.

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O que me leva a No Man’s Sky. Pessoalmente, estou bastante entusiasmado para o jogar e quero que corra bem, mas não sei do que se trata na realidade, o que permitiu que a minha imaginação e a de muitos outros nutrisse ideias de todos os tipos.

Isto cria um jogo perigoso, pois onde não existe muita informação, mas tudo parece possível, as expectativas começam a ficar cada vez mais elevadas, pois as possibilidades são infindáveis. Quais as formas de viajar? Como vai funcionar bem o combate? Até onde vou poder explorar? Como são os animais e como atacam? Como sou capturado pela polícia galática? Vão existir clãs? Posso ser um caçador de prémios? Posso ser apenas um comerciante? Posso ter um planeta como casa? Posso construir uma cidade? Posso encontrar um amigo de forma mais fácil? A resposta para isto tudo é SIM, pois ainda não disseram que não.

Com estas e outras perguntas em mente, No Man’s Sky pode ser tudo o que quero, ou não ter nem metade das funcionalidades que espero dele, ou que esperaria de algo com as capacidades prometidas nos trailers.

Jogos como Minecraft ou Rocket League surgiram quase do nada, porque não havia grande hype, mesmo que fossem “novo”, mas a Hello Games pode ter entrado num beco sem saída, onde tudo o que podem fazer, pode não ser suficiente.

Eu quero que No Man’s Sky seja um grande jogo, espero que esteja além das minhas expectativas, mas as minhas expectativas já pensaram até em coisas que duvido muito que possam ser feitas nesta ou na próxima geração de consolas/PC.

No Man’s Sky tem tudo para vir a ser um grande jogo, mas isso é a receita que pode fazer com que corra muito, muito mal.

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Daniel Silvestre
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