Antevisão – Detroit Become Human

Depois de Heavy Rain e Beyond: Two Souls, a Quantic Dream está de regresso às consolas da Sony com Detroit Become Human. Até agora, aquilo que foi mostrado confirma que o género e estilo vai continuar a ser o mesmo, mas o foco está claramente colocado na construção da história e do mundo, algo que não me deixou indiferente.

Em viagem até Lisboa para experimentar o jogo pela primeira vez, tive a hipótese de jogar algum tempo da demonstração e ter uma primeira ideia da direcção que Detroit Become Human está a tomar. Nada de muito novo, mas um caminho que parece mais corajoso que os anteriores.

A primeira coisa que joguei colocava uma das personagens principais numa cena de um crime, com um Android a raptar uma criança como refém. A minha personagem (também Android), pode ou não investigar a cena do crime para obter mais informações sobre o Android descontrolado. Aqui surge a hipótese de rever as acções originais e detectar os pontos mais importantes.

Depois de recolher pistas, chegou o momento de enfrentar o Android. Esta é a cena que já muitos viram ao pé da piscina, onde tentamos evitar que este salte do prédio com a criança ou a mate. Se houver mais pistas em jogo, existem mais opções de escolha que podem mudar o rumo da situação, que no meu caso, acabou com a minha personagem a salvar a criança, empurrando a si e o outro Android do edifício.

A parte seguinte já me colocou no papel da Android Kara, que era recolhida na loja pelo seu dono e levada para casa para ser alvo de uma situação de violência extrema. Esta parte seguinte vi no jogo de outro dos presentes, em que este escolheu dar um tiro ao pai da criança que a estava a atacar.

A jogabilidade no geral é a típica dos jogos da Quantic Dream, onde tentam recriar acções no mundo de jogo com movimentos dos analógicos e outros toques nos botões. Continua a não ser a forma mais precisa de o fazer, mas resulta na maioria dos momentos. O momento da investigação que referi anteriormente faz lembrar um pouco Life is Strange ou até Remember Me, onde podemos rever partes da linha temporal, o que fez bastante sentido no contexto.

Mas o que mais gostei desta experiência foi claramente a construção do mundo. O tema parece ter sido bem explorado e está bastante bem aplicado dentro daquilo que vi. Desde a forma como os humanos demonstram medo ou pânico perante os andróides ou como estes são colocados em áreas restritas em transportes públicos, faz lembrar temas sensíveis como o Apartheid, o que é muito interessante e confere mais profundidade ao jogo. Estou bastante interessado em ver mais.

Visualmente, a Quantic Dream ainda não conseguiu dar o salto para personagens que pareçam verdadeiramente humanas, mas conseguiu construir cenários, movimentos e texturas bastante boas e credíveis. O Uncanny Valley continua a marcar presença e não parece que vai ser desta que conseguem mudar este estigma, felizmente isso passa melhor aqui onde as personagens principais são androides. A versão que joguei estava em português e não posso dizer que tenha ficado grande fã do trabalho vocal, mas reconheço que ficou penalizado por ter picos de áudio irregulares e nem todas as falas mostravam a emoção certa para o momento.

Heavy Rain foi um jogo que me agradou, mas Beyond Two Souls acabou por ficar aquém do que estava à espera. No caso de Detroit Become Human, o tema e a construção do mundo de jogo deixaram-me altamente interessado e estou mesmo curioso para jogar mais. Se cumprir com o que promete, tem tudo para ser mais um grande exclusivo da PS4 para este ano.

Detroit Become Human vai ser lançado a 25 de Maio e podem contar com a nossa análise próximo do lançamento.

Daniel Silvestre
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