Análise – The Room (por Marco Correia)

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The Room é o melhor filme de sempre.
The Room é fantástico.
The Room é extraordinário.
The Room é arte.
The Room é o pior filme de sempre.

Na verdade nunca considerei The Room um filme, não é porque isso seria um insulto ao cinema, é o oposto. The Room é tão bom que comparar a outras experiências cinemáticas seria injusto.

Para perceber The Room é preciso compreender, dentro dos possíveis, a mente do seu criador e é por ai que irei começar.

The Room é o apogeu na carreira de Tommy Wiseau, o realizador, protagonista, e guionista desta obra-prima. Até aos dias de hoje continuo com a ideia de que ele tornou-se realizador quando lhe saiu um cupão numa caixa de cereais. Talvez esteja a ser injusto, na realidade eu não consigo perceber a visão dele neste clássico, mas quem disser que percebe está a mentir!

Isso torna as coisas muito mais interessantes, o mistério, não saber qual a finalidade, nem sequer entender qual o género em que se encaixa.

Tommy Wiseau por detrás das câmaras é aquilo que eu chamo de Lenda, usando planos muito próximos da sua face para nos incentivar a pousar o olhar na sua testa. Tommy também coloca em pratica uma arte dinâmica de gravação, o espetador muitas vezes tem de esperar que a câmara faça “Focus”, criando assim mais imersão.

Tommy Wiseau interpreta Johnny, o banqueiro mais parvo de todo o universo. A sério, se o Johnny é banqueiro eu sou CEO da Disney.

Mas ser parvo não é o único problema de Johnny. Ele também é estúpido, e idiota.
Johnny está prestes a casar com Lisa, mas o que ele não sabe (por ser estúpido) é que Lisa anda a traí-lo com o seu melhor amigo, Mark.

Sinceramente não percebi o porquê de a Lisa ser infiel, ela diz que é por ele ser aborrecido mas eu não compreendo. Como é que um sujeito que pratica sexo na diagonal e insere o pénis no umbigo pode ser aborrecido ?

O guião de Tommy Wiseau é a melhor coisa alguma vez escrita enquanto se defeca na casa de banho. A maneira como os diálogos estão construidos é simplesmente fenomenal!

Destaque para dois momentos bastante especiais, ambos entre Johnny e Mark. No primeiro momento Mark conta a Johnny uma história sobre uma amiga sua que foi espancada, Johnny responde: “ah ah ah what a story Mark!”. No segundo Johnny transita de uma conversa de trabalho para: “Anyway, how’s your sex life?”

Se uma pedra e um ser humano tivessem um filho, esse filho seria Tommy Wiseau.
Elogiar Tommy Wiseau como ator até é fácil, só temos de ignorar o facto que a expressão facial dele é sempre a mesma e que não sabe falar.
Mas Tommy Wiseau não está sozinho na demanda pelo Razzie vitalício, todo o cast se junta a ele.

O fator mais importante desta obra é sem sombra de dúvida a edição.
Já repararam a maneira “estranha” como esta análise está escrita?
As coisas parecem fora de ordem. Não é falha minha, é propositado, queria vos proporcionar um cheirinho da estrutura do filme.
Caso ainda não tenham chegado lá, é algo deste género:

Johnny vai trabalhar;
Lisa marca um encontro para o dia seguinte com Mark;
Transição tipo novela da TVI sem demonstrar de qualquer forma a mudança de dia
Mark encontra-se com Lisa;

Johnny veste-se a rigor para casar;
Decide ir jogar futebol americano com os amigos antes do casamento;
Transição estúpida
Johnny vestido de maneira informal;

Casamento ocorre dois dias depois.

Depois disto devem ter ficado com ideia que odeio The Room, estão completamente errados. Adoro, não estou a brincar, ADORO mesmo.
Não existe nada que entretenha tanto como The Room.
Aconselho todos a assistirem a esta experiência cinemática.

Positivo

  • Diálogospn-recomendado-ana
  • Personagens
  • Edição
  • Realização
  • Direção de Fotografia
  • Iluminação

Neutro

  • Porque raio é que se chama “The Room” ?

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Sérgio Batista
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