Análise – The Legend of Zelda: Wind Waker HD

Vou fazer uma pequena confissão, quando o bundle GameCube com The Legend of Zelda: Wind Waker foi lançado no supermercado mais perto da minha casa, não demorei muito tempo até comprá-lo, tendo este sido um autêntico choque quando o joguei pela primeira vez…fiquei estupefacto com a sua excelente qualidade. Apesar dos jogos anteriores da série serem espectaculares, este tinha qualquer coisa de especial e ficou assim guardado na minha mente durante estes anos todos.

Eiji Aonuma tomou sozinho o leme desta série criada por Shigeru Miyamoto, e as alterações que efectuou neste jogo causaram algum receio ao produtor. O próprio Aonuma sentiu-se reticente em mostra-lo a Miyamoto na fase de desenvolvimento com medo da rejeição. Acontece que The Legend of Zelda: Wind Waker foi lançado em 2003, teve um sucesso enorme e agora chega uma versão HD para a Wii U que promete reviver estas grandes memórias de há 10 anos atrás.

Ao contrário dos jogos anteriores, neste jogo somos apresentados a um extenso oceano de nome Great Sea, e as suas respectivas ilhas. Tudo começou gerações anteriores com ataques do vilão Ganon que colocaram em risco o reino, até que um rapaz vestido de verde salvou toda a gente selando Ganon durante muitos anos. Com um ressurgimento do vilão, Hyrule ficou mais uma vez em perigo, mas desta vez o herói não apareceu.

Se estão familiarizados com os primeiros jogos 3D da série, verão que The Legend of Zelda: Wind Waker não muda muito. Continuaremos a controlar Link numa perspectiva na terceira pessoa enquanto ele corre, salta, rebola e está equipa de items clássicos como o Boomerang ou Arco e Flecha. O sistema de combate continua intuitivo e o sistema de lock-on para focarmo-nos nos inimigos faz maravilhas. Em combate, e com o lock-on accionado, podemos também ripostar ataques dos nossos inimigos com um aviso que nos aparece no ecrã ao género QTE e que efectua um ataque fortíssimo.

Os ataques não serão o único meio de atravessarmos as nossas adversidades, isto porque o jogo está recheado de puzzles e masmorras gigantes para explorarmos. Inicialmente teremos que usar uma atitude mais furtiva para conseguir atravessá-las, mas normalmente estas masmorras continuam com a progressão clássica, onde iremos explorá-las ao máximo, resolver alguns dos puzzles que lá estão inseridas, descobrir o boss e derrotá-lo.

O vasto oceano vai ser aquilo que mais iremos ver durante todo e explorá-lo é o ponto fundamental deste jogo. São inúmeras as ilhas que iremos encontrar, umas grandes e outras nem por isso, onde para além de terem uma variedade no que toca a masmorras e segredos, servirão como cidades para muitos dos habitantes. Para navegar estaremos acompanhado de uma barco cheio de personalidade de nome King of Red Lions, onde para além do transporte irá ajudar-nos com as tarefas que teremos que executar.

Tal como o nome do título sugere, o vento irá também ter uma parte muito importante neste jogo. Com o auxílio de uma batuta de nome Wind Waker, Link irá desempenhar o papel de maestro nesta força da natureza, não só para controlar a direcção do vento mas também para invocar tornados que o transportam para outra parte do oceano, entre outras peripécias que nos ajudam na nossa demanda. Alguns dos puzzles em masmorras também irão usar este tema, e que poderão ser resolvidos com uma folha enorme de nome Deku Leaf.

O GamePad cumpre agora um papel complementar que irá ajudar ainda mais o jogador, isto se não quiserem utilizar o Game Pro Controller para um feel mais clássico. No comando com ecrã táctil será possível ver várias informações que outrora estariam acessíveis ao menu de opções como o mapa, items ou charts. Se o apontar de um arco causa-vos algum problema, então podem usar também o giroscópio do comando. Apesar de ser bem jogável, em certas situações o tempo não foi o melhor amigo. Em alguns movimentos mais minuciosos e precisos não iremos ter a reacção desejada sem tentar mais algumas vezes.

Antes de passarmos para o grafismo, existem outras melhorias que a Nintendo teve o cuidado de adicionar. Se acham que o jogo não oferece uma dificuldade desafiante, então podem ingressar no Hero Mode para verem os inimigos a causar mais dano e a recuperação de energia estará cingida ao uso de poções. Para aumentar ainda mais a velocidade na navegação marítima, foi adicionado uma nova vela de nome Swift Sale que move o nosso barco ainda mais depressa.

Um dos pontos de maior destaque é sem dúvida o grafismo que foi polido e adaptado às consolas com resolução HD. A correr em plenos 1080p, The Legend of Zelda: Wind Waker oferece um dos cel-shading mais bonitos algumas vez criados. Sem dúvida que será algo estranho ver Link tão cartoonizado como neste jogo, mas todo este trabalho e aposta dão um charme enorme e destacam este jogo dos demais da série. Para além da resolução, a Nintendo apostou em trazer uma nova tecnologia de iluminação que embeleza ainda mais o jogo e oferece um brilho ainda mais vibrante. A banda sonora continua igual, tendo esta sido também adaptada no qual continua tão atraente e bem construída como sempre.

The Legend of Zelda: Wind Waker HD é um trabalho espectacular por parte da Nintendo. O jogo irá deixar os fãs cheios de alegria por terem uma nova oportunidade  de jogar este título com grande potencial e conseguirá agarrar os curiosos como novos fãs. Se são possuidores de uma Wii U, este é um jogo indispensável, caso não tenham uma, estão a perder um grande jogo.

Positivo:

  • Remasterização gráfica excelente
  • Novo sistema de iluminação
  • Nova vela retira algum tédio da navegação marítima
  • Masmorras com puzzles interessantes
  • Enredo

Negativo:

  • Jogabilidade não ajuda em movimentos mais minuciosos
  • Apenas Hero Mode como modo complementar

Daniel Silvestre
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