Análise – RAGE 2

A série RAGE manteve-se um pouco dormente desde a sua estreia em 2011. O projecto teve algum destaque e foi visto também como um jogo que estreou o motor de jogo id Tech 5 sem falar que foi o último jogo que teve a supervisão de John Carmack, o criador da série DOOM. Com uma nova lavagem visual e novos elementos, RAGE 2 apresenta-se ao mundo e mostra-se como um projecto que promete puxar a série mais além.

Para este novo jogo a id Software juntamente com a Avalanche Games decidiram adicionar novos elementos para o pós-apocalíptico como uma apresentação um bocado mais a roçar os tons de neon, uma boa dose de teor cómico em todo o universo do jogo e alguma complexidade no sistema de armas e upgrades que poderemos apanhar.

Em RAGE 2 iremos seguir um herói sem nome que irá reencontrar o antagonista do jogo inaugural desta série, o general Cross. Com o plano maquiavélico de querer transformar toda a humanidade em seres cibernéticos, Cross irá destruir todos os que se intrometerem no seu caminho. Para isso, o nosso herói terá que explorar o mundo de Apophis e encontrar velhas glórias que nos irão ajudar nesta demanda.

RAGE 2 é um FPS que aposta numa acção frenética e habilidades especiais para que consigamos prosseguir e eliminar os nossos inimigos. O sistema de progressão estará presente em quase todos os aspectos do jogo, desde às armas que apanhamos, aos nossos veículos até à nossa personagem. No início todo o sistema parecerá confuso, mas com alguma facilidade iremos entender o que cada uma das habilidades faz e qual a nossa abordagem para evoluir.

Um dos pontos chave é a possibilidade de podermos desbloquear várias habilidades que irão mudar a maneira como iremos abordar o jogo. Desde a possibilidade de nos desviarmos rapidamente de ataques inimigos, até a habilidades semelhantes a um force push que irá atirar os inimigos para o ar. Não será possível spammar todas estas habilidades sempre que quisermos, sendo necessário esperar algum tempo para que recarreguem novamente.

A história irá colocar-nos na rota de alguns NPCs interessantes como é o caso do doutor Kvasir e que nos irão dar missões para que consigamos ganhar a sua influência e avançar no jogo. Infelizmente esta irá dar-nos várias missões repetitivas a início que poderão aborrecer alguns jogadores rapidamente. Apesar da jogabilidade favorecer a acção e ser bastante intuitiva, o facto de termos que estar continuamente a matar hordas atrás de hordas de inimigos poderão cansar alguns dos jogadores.

O mundo do jogo que poderá ser explorado à nossa vontade não oferece momentos chave que poderemos considerar como impactantes. No que toca à estética visual, todas as regiões mantêm o jogo fresco, mas infelizmente falta algo no departamento do conteúdo que nos irá deixar a desejar por mais. Mesmo com várias bases de inimigos para podermos atacar, arcas para colher algum loot e veículos para desbloquear, todo o mundo parece um pouco sem vida.

Apesar de ser um jogo mais centrado no single-player, grande parte do tempo fiquei a pensar o porquê da omissão de um modo co-op, fosse local como multiplayer. Sinceramente era um jogo que poderia ter ficado um pouco mais “no estaleiro” para poder colmatar as falhas acima mencionadas e para adicionar mais elementos interessantes que mantivessem o jogador interessado e surpreso.

RAGE 2 é um jogo com um aspecto visual muito bom. A maneira como geriram a palete de cores é o resultado de um bom trabalho interno e é um regalo para a nossa vista. Todos as regiões têm o seu próprio tema, desde deserto até a regiões pantanosas, mas sempre com um tema de destruição e de ambiente desolado em mente. O trabalho sonoro está também impressionante com efeitos de som das armas interessantes, explosões e até inimigos que nos chamam a atenção constantemente.

RAGE 2 é um passo na direcção correcta por parte da série, mas que ainda faltam algumas arestas por limar. Houve uma aposta em adicionar uma maior complexidade a vários elementos do jogo mas mantendo sempre em mente uma acção frenética que nos deixam a cerrar os dentes por mais. Infelizmente existem vários pontos do jogo que nos deixam aborrecidos rapidamente.

Se gostam de jogos com alguns elementos RPG básicos para manterem o jogo interessante e um mundo aberto, então RAGE 2 é um jogo para vocês. Não pensem em encontrar novidade a cada canto do jogo, pois não irão encontrar isso.

Positivo:

  • Direcção artística enche a vista
  • Mundo do jogo bastante variado
  • Acção frenética

Negativo:

  • Sem qualquer tipo de multiplayer
  • Algumas missões com elementos repetitivos
  • Exploração do mapa causa uma enorme quebra no flow do jogo
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