Que belo jogo este Mortal Kombat 11. Não existem dúvidas de que a Netherealm se esforçou para criar mais um bom jogo de combate que não fica nada atrás dos dois jogos mais recentes da franquia. Claro que isto não podia ficar por aqui, pois há sempre alguém interessado em dificultar as coisas.
Ao contrário dos lançamentos anteriores, até que nem estava assim tão entusiasmado para Mortal Kombat 11, aliás, este ano até agora estava a ser bastante parco de jogos que me interessam realmente. O simples facto de ser um jogo de luta, foi o que mais me interessou e ainda bem, pois este é um jogo de luta muito bom.
Mortal Kombat 11 está cheio de menus com coisas para fazer, existe a campanha, as torres nomais e especiais, combate com IA, combates directos, modo de torneio, Online, entre outras coisas. Por ser um dos poucos jogos de luta com uma campanha e história a sério, os jogos de Mortal Kombat já são dos meus favoritos. A história deste ano é bastante tresloucada e cheia de acção como seria de esperar e embora tenha alguns erros na sua continuidade, são umas cinco horas bem passadas.
Os outros modos permitem o costume, que lutem contra outras personagens, quer offline ou online em partidas que podem ir do combate básico a verdadeiros puzzles em forma de jogo de luta. As torres especiais em particular, conseguem atirar tantos modificadores para o combate, que estes ficam extremamente confusos e injustos num piscar de olhos. A parte boa é que todos estes desafios acabam por ser divertidos e as torres especiais estão sempre a mudar de objectivo.
O combate de Mortal Kombat 11 em si é capaz de ser o melhor da série até agora. A velocidade já não é tão grande, mas o jogo continua a parecer bastante preciso e bem articulado. Cada uma das várias personagens apresenta um leque avantajado de ataques além da base essencial. Existem personagens bem mais lentas que outras e há uma separação óbvia entre aqueles que lutam ao perto com todos aqueles que são mais de manter a distância. O equilíbrio parece bem até agora, mas mesmo assim existem algumas personagens que são demasiado fortes quando jogadas por quem sabe.
Embora os lutadores já existentes mantenham as suas listas de movimentos quase intactas, existem novas personagens que são muito bem-vindas. Geras é um brutamontes lento que é bastante versátil de usar, Cetrion consegue fazer vários tipos de abordagem ao adversário, embora funcione melhor a meia distância e o Kollector é uma personagem rápida com movimentos estranhos. Gostei bastante das novas personagens, mas mesmo assim gostei bastante de me dedicar às antigas, como é foi o caso de Skarlet, Kung Lao e Scorpion. Para refrescar a memória, vale a pena frisar que o modo de treino é bastante bom, indo de pequenos tutoriais básicos até ao ponto de podermos treinar os pontos de contacto, tempos dos combos e até fatalities.
A nível visual, Mortal Kombat 11 é também o mais bonito da série. O jogo corre com uma fluídez fantástica e tem efeitos visuais de grande qualidade. Os modelos das personagens e até os cenários estão francamente bons, onde nem faltam alguns efeitos de luz de qualidade que aproveitam bem o HDR caso o consigam usar. Claro que os fatalities também estão bastante bons, mesmo que já não tenham o mesmo efeito que há uns anos. Reconheço que uns estão muito bons, outros são o normal esperado. A banda sonora está bastante boa e o trabalho vocal também é muito positivo, com os actores bem cientes de que Mortal Kombat 11 continua a ser uma paródia na realidade.
E é aqui que passamos para a segunda metade de Mortal Kombat 11 e aquela que acaba por manchar um pouco do jogo no geral. Ao vasculhar os menus, é possível ver que existe um menu para personalizar as personagens e que a Krypt está de regresso. Para qualquer fã de Mortal Kombat isto são boas notícias, o problema é que estamos em 2019.
Depois de ver tudo aquilo que era possível personalizar e desbloquear fiquei bastante surpreendido com a variedade de conteúdo, o que não é tão bom é descobrir que parte deste conteúdo é desbloqueado após inúmeras horas de grind constante a juntar dinheiro de jogo e outros estilos de meios de pagamento. A início parece que estamos a ganhar conteúdo a bom ritmo, mas é fácil perceber que mesmo com a ajuda de bónus e multiplicadores, os vários estilos de dinheiro chegam a conta gotas. Se no tempo dos jogos mais antigos isto era actividade que podia dar mais vinte ou trinta horas de diversão, aqui podem contar com bem mais de 100 de esforço contínuo.
O mesmo se sente ao investigar a Krypt, pois abrir meia dúzia de baús sem qualquer guia prova que existe muitas coisas sem interesse para apanhar que pode valer bem mais do que damos por elas. Como seria de esperar, podem passar tudo isto à frente com aquilo que o jogo chama de Time Crystals, gemas raras de obter que podem ser compradas com dinheiro real. Como quase tudo no jogo custa uma fortuna, é preciso gastar uma fortuna real para ter tudo isto mais depressa. Sim, eu sei que custa gastar tanto tempo de análise a falar disto, mas se o próprio Ed Boon já reconheceu isto, não há muito mais a dizer.
O verdadeiro motivo pelo qual Mortal Kombat 11 consegue a nota que lhe vou dar, é porque luta bastante contra as garras corporativas para justificar o dinheiro que pede. Estamos bastante longe de um jogo com problemas de jogabilidade ou incompleto, muito longe disso e caso tenham centenas horas de tempo para gastar, acreditem que há aqui muito para desbloquear. O problema de Mortal Kombat 11 é que não sabe perceber onde acaba a diversão e começa a frustração.
Se são como eu e jogam Mortal Kombat 11 pela história e depois com os amigos, então não vão sentir tanto o peso de como é desbloquear coisas a passo de caracol. Se querem aproveitar o jogo no global, então preparem-se pois é uma aventura penosa de ter, onde o combate é o verdadeiro combustível.
Positivo:
- Boa selecção de personagens
- Campanha
- Vários modos
- Bom tutorial
- Online funciona bem
Negativo:
- Desbloqueio de conteúdo
- Muita coisa requer ligação aos servidores
- Personagens extra já estão no jogo
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