Análise – Monster Hunter Generations

O mais provável nesta altura, é que a maioria dos jogadores nem se lembre dos primeiros Monster Hunter e de quão complicado foi introduzir este jogo ao mercado ocidental. Recheado de sucesso no Japão, parecia que o resto do mundo não partilhava do mesmo gosto.

Eu recordo-me bem que na altura era um dos que mais elogiava o jogo, mas estava praticamente sozinho, tendo a companhia de meia dúzia de fãs apenas. Felizmente, a Capcom e a Nintendo continuaram a insistir e a chegada de Monster Hunter Generations à Europa é o melhor exemplo disso mesmo.

Depois de vários jogos, lançados em várias consolas, Monster Hunter Generations está muito próximo de ser uma homenagem à saga em si, sendo um Best-off que reúne locais, monstros, armas e NPC dos jogos anteriores, com novos conteúdos e as funcionalidades que foram introduzidas ao longo dos anos.

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O facto de englobar conteúdo antigo e novo, faz deste jogo um dos mais vastos e colossais lançados até agora. Por isso preparem-se para várias centenas de horas caso queiram explorar tudo o que jogo tem para oferecer e derrotar os monstros dos rankings mais elevados.

Em si, Monster Hunter Generations não muda a jogabilidade desde Monster Hunter 4 Ultimate, o que é bom, tendo em conta que este é um dos mais afinados da série. No entanto, acaba por descurar um pouco na parte da história. No último jogo, existia uma história e várias personagens que faziam parte dela, dando um fio narrativo que era fácil de acompanhar. Aqui não, a aventura é mais directa e as cidades estão lá mais como alavanca para partir à aventura. Eu acredito que muitos não vão gostar desta frontalidade do jogo, mas eu fiquei bastante agradado.

Mesmo que a jogabilidade se mantenha quase igual, existe uma novidade que dá uma maior profundidade aos combates. Estou a falar, claro está, das novas Hunter Arts. Estes estilos diferentes permitem dar aos hunters habilidades que compensam a sua classe. No meu caso, como Gunlance, consegui colocar o meu Hunter a saltar e atacar no ar com a arte Aerial. É possível adoptar e evoluír cada classe, culminando numa variedade enorme de habilidades que transformam as classes em algo imprevissível e com mais respostas

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Como engloba zonas de outros jogos, vão poder visitar aldeias e áreas de caça de jogos anteriores. À medida que avançam na história, vão receber a visita de vários NPC de regiões que até não aparecem, como Loc Lac de Monster Hunter Tri. Estes e os locais acabam por desafiar os jogadores para certas missões que vão aumentando vastamente a quantidade disponível.

Na aldeia principal, está incluído o Palico Ranch, uma área cheia de Palicos (os gatos do jogo), é possível enviar Palicos em viagens para angariar materiais, fazer trocas com outras aldeias, treinar, descansar, etc. Gerir os Palico é em si um mini-jogo que pode ser feito após cada missão e que se torna extremamente divertido.

Como sempre, além das missões para um jogador (que podem jogar acompanhados por até dois Palico), vão ter acesso ao multijogador local e online, onde podem reunir até 4 jogadores e realizar missões mais exigentes, com monstros ainda maiores e mais chatos, daqueles que conseguem envenenar constantemente, paralisar a malta toda ou simplesmente o maldito Khezu (eu e este monstro já temos história).

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Eu passei grande parte do tempo de jogo a jogar em modo cooperativo com a Adriana, no entanto, cada vez que jogámos online, os servidores responderam bastante bem e encontrámos gente para jogar. Não houve quebras de ligação ou problemas de fluídez notórios, por isso podem ficar descansados.

Sendo um best-off, vão ver muitos monstros regressados do passado, como o clássico Rathalos, Rathian, Gore Magala, assim como alguns novos que apresentam padrões de comportamento e hostilidade distintos. Os monstros de Monster Hunter sempre foram criados de forma a mostrar comportamentos únicos, por isso aprender a reconhecer os seus estados de saúde e raiva são um jogo em si.

Uma das maiores novidades de Monster Hunter Generations é a introdução dos Prowlers, ou seja, a possibilidade de poder jogar como um Palico. Desta forma, podemos partir para as missões especiais como um, usar as suas habilidades próprias e aproveitar coisas como ausência de Stamina e a possibilidade de recolher items mais depressa. Esta opção tem a sua piada, mas só tenho pena que a câmara esteja tão próxima do gato.

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No que toca ao departamento visual, Monster Hunter Generations é muito parecido com os que já foram lançados na Nintendo 3DS. A versão que jogámos foi corrida na New Nintendo 3DS, por isso não foi possível comparar tempos de loadings entre as consolas actuais e mais antigas. De qualquer forma, pelo menos na New, os loadings são bastante curtos e o jogo corre com boa fluídez. Os gráficos não evoluíram muito e a maioria do que vão ver, já foi visto no passado, o que mostra que a Nintendo 3DS também já começa a mostrar os seus limites.

O departamento sonoro continua a ter bastante qualidade, com boas músicas, composições ambientais, sons de monstros, entre outros. É pena que ainda não seja possível usar voz online, mas isso também nunca correu muito bem na Nintendo 3DS.

Não se esqueçam que durante os meses seguintes ao lançamento do jogo, vão ser lançadas novas missões e extras de forma gratuita, por isso ainda o vão conseguir estar a jogar meses depois do lançamento.

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Mesmo que seja no global um jogo que vai buscar muito do seu conteúdo ao passado, pode não ser motivos de felicidade para todos os que jogaram os anteriores, todos aqueles que estão a começar ou começaram no jogo anterior, vão ter aqui muito para fazer. Como veterano, não me senti muito incomodado e fiquei contente por todas as missões que iam aparecendo em enxurrada. Com todo este conteúdo, vale bem todo o dinheiro que investem nele.

Resumindo, Monster Hunter Generations é uma homenagem aos mais de 12 anos de caçadas. É um jogo colossal e se vão jogar online ou com amigos, é mais do que recomendado.

Opinião Extra por: Alexandre Barbosa

Monster Hunter 4 Ultimate é um dos meus jogos favoritos e Generations sabe que em equipa vencedora não se mexe e utiliza uma jogabilidade muito parecida, mas insere alguns elementos e um ou outro afinamento. Agora é possível utilizar habilidades especiais quer seja para enfrentar monstros ou fugir deles, e apesar de existirem algumas habildiades um pouco inúteis também existem outras que dão uma grande vantagem, tudo depende da arma que utilizam e da vossa perspicácia com a mesma.

 

Pessoalmente não senti a mesma garra neste título que senti no anterior e isso deveu-se a uma história que praticamente não existe e um início bastante lento. É normal que os jogadores veteranos da série não queiram andar a apanhar cogumelos ou ervas sabendo que podiam estar a caçar monstros desafiantes, aqueles que testam a verdadeira perícia desenvolvida por nós, caçadores, ao longo dos anos. No meu caso o jogo demorou a puxar-me para a verdadeira essência de Monster Hunter, mas tal como no passado assim que o desafio começa o meu interesse aparece e, monstros ponham-se a pau que eu estou aqui para vos transformar em armas e armaduras.

 

Uma das novidades que Monster Hunter Generations apresentou desde o início foi a possibilidade de jogar como um Palico e é engraçado poder fazê-lo, afinal de contas estes felinos já nos tinham conquistado há muito. Este é um jogo massivo onde 200 horas não chegam para espremer tudo o que se pode fazer, e tal como Monster Hunter 4 Ultimate, também Generations terá um suporte de DLC gratuito duradouro que é uma forma de mostrar apreço por quem realmente gosta e investe em Monster Hunter.

 

Em suma, Generations é uma versão melhorada de Monster Hunter 4 Ultimate e em simultâneo uma celebração daquilo que a série fez de melhor ao longo do tempo. Se não fosse pela história quase inexistente, este seria o meu Monster Hunter favorito.

Postivo:

  • Centenas de horas de conteúdopn-recomendado-2016
  • Extras gratuitos todos os meses
  • Podem jogar como Palico
  • Nostalgia abundante
  • Hunter Arts
  • Altamente divertido em conjunto

Negativo:

  • Já viram quase tudo se são veteranos
  • Poucos monstros realmente novos

 

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Daniel Silvestre
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