Análise – Luigi’s Mansion 3

Luigi e companhia são convidados a passar uns dias num belo hotel que de certeza absoluta não está assombrado e tudo irá certamente correr bem… Depois de uma introdução bastante “simpática” por parte da gerente do hotel somos levados ao nosso quarto enquanto dizemos adeus aos nossos amigos Mario, Peach e Toads. É então que a tragédia anunciada acontece e todo o hotel se revela um antro de sofrimento para o coração do pobre Luigi, ou não fosse este Luigi’s Mansion 3.

Nesta terceira caça aos fantasmas a Nintendo optou por deixar a estrutura de missões de Luigi’s Mansion 2 de lado e o resultado é uma aventura mais directa que nos leva a percorrer os vários pisos do Hotel um a um em busca dos nossos amigos ainda que de uma forma linear e diferente do primeiro Luigi’s Mansion. Tal como seria de esperar temos o regresso de várias personagens da série, sendo que o Professor E. Gadd está de regresso e aprimorou as suas invenções.

Mais uma vez temos um dispositivo para comunicações que se assemelha imenso a uma peça de hardware do passado da Nintendo mas também a introdução de Gooigi, isto para além do aspirador com lanterna e mecânicas que advêm dos jogos anteriores. Gooigi acaba por ser uma adição ao nosso arsenal que serve não só como desculpa para colocar toda a aventura em modo cooperativo mas também para resolver puzzles intransponíveis pelo corpo de Luigi. Devido a ser feito de um material gelatinoso, Gooigi não tem problemas em atravessar gradeamentos ou ralos de esgoto, ainda que não possa entrar em contacto com a água. Para finalizar o novo arsenal temos ainda um desentupidor que é utilizado para interagir com objectos que outrora se apresentavam como obstáculos ou simplesmente roubar o escudos de fantasmas distraídos.

O hotel está dividido em vários andares e cada um destes tem um tema diferente. Desde simples quartos a garagens, jardins, museus ou até mesmo um oceano, neste hotel há de tudo. Cada piso acaba então por proporcionar desafios diferentes e apresentam muitas vezes algumas mecânicas adaptadas à temática do piso. Algumas das soluções para os diferentes puzzles são verdadeiros quebra cabeças e o Professor E. Gadd não tarda a ligar-nos com algumas dicas quando estamos presos num determinado desafio.

O facto de a câmara ser fixa acaba por forçar a perspectiva que temos sobre cada divisão do hotel. Em cada piso existem várias divisões e muitas delas são opcionais. Normalmente o objectivo está marcado no mapa e cabe-nos a nós desbravar o caminho até esse ponto. Devido à perspectiva o caminho está sempre recheado de itens e coleccionáveis, alguns deles escondidos ou camuflados no cenário. No meu caso cheguei a estar mais de 5 minutos em busca de uma porta que estava mascarada de parede. Ainda assim as situações mais frustrantes são as que nos colocam o coleccionável à vista mas o caminho até lá é uma incógnita que poderá envolver dar uma volta através de passagens secretas fora do quarto onde estamos para lá chegar. Tudo isto faz parte do charme de Luigi’s Mansion, aliás vão passar muito mais tempo em busca de soluções para avançar pelo hotel do que a derrotar fantasmas.

No que diz respeito ao controlo e jogabilidade, Luigi’s comporta-se de uma forma um pouco estranha no que diz respeito à parte principal, apanhar fantasmas. Dado que a câmara é fixa, o segundo analógico serve para virar Luigi. Até aqui, tudo bem. No entanto é praticamente impossível apontar enquanto carregamos um flash ou aspiramos devido ao posicionamento dos botões frontais. Se utilizarem os gatilhos será muito mais fácil apontar, mesmo apesar de poderem utilizar o giroscópio para apontar para cima e para baixo. Se estiverem a jogar apenas com um joy-con então boa sorte, é possível, mas muito mais complicado.

Pelo caminho vão encontrar dois coleccionáveis: dinheiro e pedras preciosas. O dinheiro vem em diferentes formas: moedas, notas ou barras de ouro, cada uma delas comporta-se de maneira diferente para com o nosso aspirador o poltergust G-00. O dinheiro que ganham pode ser utilizado para comprar itens. Estes podem revelar a localização de pedras preciosas ou uma espécie de continue quando a vossa vida chega a 0. Já as pedras preciosas estão divididas em grupos de 5 em cada piso, estas estão escondidas ou são recompensas por derrotar fantasma ou ainda resolver um dado puzzle.

Algo que está muito bem implementado no jogo é a interacção entre Luigi e o cenário. É bastante satisfatório aspirar um cortinado, um maço de notas ou mesmo os pobres fantasmas que só se querem divertir. A forma como cada objecto se comporta é praticamente única e alguns deles vão exigir a cooperação de Gooigi. Durante a aventura vão poder trocar entre Luigi e Gooigi com o pressionar de um botão. Se estiverem a jogar com outra pessoa, um jogador será o Luigi e o outro o Gooigi, se estiverem a jogar sozinhos irão controlar os dois à vez. Existem mecânicas que simplificam o controlo quando estamos a jogar sozinhos como o tele-porte de Gooigi quando nos afastamos.

Fora da aventura existem dois tipos de jogos multi-jogador. De um lado temos o modo ScareScraper que nos faz percorrer um andar do Hotel e encontrar algo dentro de um limite de tempo com até 4 Luigis, do outro lado temos o modo ScreamPark que se concentra em mini-jogos para até 4 Luigis e 4 Goiigis. Estes dois modos podem ser jogados online ou offline.

A atmosfera do hotel é excelente, tendo em conta a variedade existente em Luigi’s Mansion 3 todo o jogo parece estar constantemente a inovar-se em cada novo piso. A aventura acaba por ser bastante divertida, a menos que sejam o Luigi, nesse caso será assustadora tal como as várias animações o demonstram, e todo o charme do jogo acaba por levar a melhor.

A componente sonora do jogo está muito bem trabalhada e não deverei ser o único a trautear algumas das músicas do jogo. Como um todo Luigi’s Mansion 3 é assustadoramente engraçado e acaba sempre por nos colocar um sorriso no rosto. Para além de tudo isto as constantes personalidades dos vários fantasmas e as várias piadas, directas e indirectas, acabam por levar a melhor.

No final de contas, Luigi’s Mansion 3 consegue superar os seus antecessores sem mudar a sua essência ou tornar-se mais do mesmo. Gostei imenso desta aventura fantasmagórica e serão certamente umas férias que Luigi nunca irá esquecer.

 

Positivo

  • Atmosfera muito bem trabalhada
  • Animações de Luigi bastante carismáticas
  • Bastante variedade de cenários
  • Bons puzzles
  • Adição de co-op muito bem implementada
  • Modos multi-jogador

Negativo

  • Pouca interacção entre pisos

Alexandre Barbosa
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