Análise – Lapis X Labyrinth

Com uma boa quantidade de jogos baseados em dunegon runs com vistas áreas, a NIS America tratou de desenvolver o seu próprio jogo do género, cheio de dinheiro e peças de equipamento para receber em cenários cheios de inimigos.

Apesar de ser um RPG, Lapis X Labyrinth foge um bocadinho às suas raízes, sendo em muito pouco um jogo que dá destaque à história. Não existem aqui grandes motivos ou narrativa que vos puxem para continuar a jogar, a companhia espera apenas que seja a vossa vontade de continuar a explorar e ganhar melhores equipamentos a fazer esse trabalho, o que não é a forma mais efectiva de o fazer.

Como não existe uma grande história, também não existe qualquer pano de fundo para as personagens com quem jogamos, estas são apenas representações de classes que possuem habilidades e ataques destinados ao seu estilo. Existem classes mais dedicadas ao ataque directo e físico, assim como outras mais dedicadas à magia. Como podem alternar entre elas em tempo real durante as masmorras, a acção tem um encadeamento bem mais divertido.

Antes de avançar para cada nova missão, vão ter acesso à aldeia onde é possível comprar novas coisas, desfazer prémios de guerra, equipar as personagens, recrutar novos membros, adquirir novas missões, entre muitas outras coisas. A início, grande parte das coisas estão bloqueadas, abrindo à medida que vão acabando as missões disponíveis. Felizmente existe um sistema de teleporte rápido, por isso podem escolher logo o destino para onde querem ir sem ter de andar de um lado par ao outro.

Tanto dentro como fora de combate, a exploração funciona como num jogo típico de plataformas onde tudo é feito em tempo real. Existe sempre uma personagem que é considerada o líder da equipa e que pode ser alterada pelas outras. Enquanto estão no formato de espera, estas assumem um formato de uma cabeça em cima da personagem principal, formando uma torre. Cada personagem sofre dano de forma individual e é possível tentar reanimar uma que tenha morrido.

Os combates em Lapis X Labyrinth são o típico hack-and-slash, embora com uma velocidade (quando não existem quebras de fluidez), bastante elevados. Por vezes a confusão no ecrã é tão grande que se torna complicado de ver o que está a acontecer, especialmente quando se activa o modo FEVER, um especial que aumenta brutalmente a quantidade de dano, luzes, dinheiro que aparecem no ecrã. Utilizar este especial é um dos pontos altos do combate, mas por vezes faz com que a maioria dos combates sejam demasiado simples, mesmo que confusos.

Como é natural, ao final de cada missão existe quase sempre um boss e os seus lacaios, estes são os locais onde por vezes a dificuldade aperta e somos atacados de todos os lados. Os primeiros bosses ainda são aqueles que oferecem menos resistência, mas a dificuldade começa a aumentar para níveis bem mais interessantes, com pequenos momentos de frustração aqui e acolá quando somos atingidos com com ataques que nos tiram a vida toda num só golpe.

Sendo um RPG de masmorras com loot, Lapis X Labyrinth é um grind constante, existem níveis para evoluir constantemente e novas peças de equipamento para ganhar, mas sem um grande motivador por parte da história, acaba por se tornar em algo aborrecido com o passar do tempo. O facto de o ter jogado na Nintendo Switch até é uma vantagem, pois ajuda a que não se sinta tanto a repetição, tendo em conta que jogava com mais pausas. Felizmente, o facto dos loadings serem bastante rápidos também ajuda imenso.

A nível visual, Lapis X Labyrinth é um jogo bastante agradável com um visual ao estilo de um Anime, seja nas cores garridas, seja no aspecto chibii das personagens. Até os inimigos são feitos de forma “bonita”. A banda sonora é boa e bastante alegre, o que complementa bem o jogo. O mesmo não posso dizer da maioria das vozes, pois algumas das que podem escolher são tão irritantes em exploração ou em combate que senti sempre vontade de jogar com aquelas que eram menos estridentes.

Mesmo que tenha gostado bastante de Lapis X Labyrinth, é impossível não sentir que lhe falta muita coisa para fazer dele um jogo que encha as medidas. Este é o estilo de jogo para quem quer explosões de acção desenfreada sem ter de pensar muito, fora desse contexto, acaba por ser demasiado repetitivo e sem grandes motivos para continuar a jogar.

Positivo

  • Acção rápida
  • Visual
  • Tempos de loading

Negativo

  • Quebras de fluidez
  • História ausente
  • Repetitivo

 

Daniel Silvestre
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