Análise – Killzone Mercenary

Quando a PS Vita foi lançada para o mercado, foram feitas promessas que esta iria ser a primeira consola portátil a colocar a jogabilidade típica de uma consola caseira nas vossas mãos.

Se esta promessa foi cumprida em parte pela maioria dos jogos lançados ao longo dos últimos meses, os FPS tinham sido utilizados como um porta estandarte da consola, mas o resultado acabou por ser tudo menos positivo com Resistance Burning Skies e Call of Duty Black Ops Declassified.

Depois de algum tempo em produção, surge finalmente Killzone Mercenary, vindo dos estúdios da Guerrilla Cambridge. O objectivo é simples e apenas um, o de vencer finalmente o estigma da PS Vita em relação aos FPS e conquistar os indecisos. Verdade seja dita, o primeiro passo foi realizado com sucesso.

Killzone Mercenary está apetrechado com todos os conteúdos que fazem qualquer fã de FPS sorrir. Podem contar com uma campanha, multijogador local, modo Online e modos alternativos para as missões da campanha.

Começando pelo primeiro prato, temos em Killzone Mercenary a primeira grande campanha FPS da consola. Ao contrário de Resistance Burning Skies que parecia apressado e sem espírito e COD Black Ops Declassified que estava mais próximo de uma manta de retalhos, esta campanha é realmente boa.

A história de como os ISA precisam de recorrer a esquadrões de mercenários para os ajudar na guerra é só o mote para uma campanha com várias missões empolgantes, uma história com algumas reviravoltas e uma campanha que parece coerente e raramente forçada, seja com o jogador ou com a próprio universo de Killzone.

Apesar das localizações da campanha serem variadas, a história é boa e é aquilo que faz avançar a acção, levando Danner a visitar mansões, plataformas de anti-misseis e até um mercado construído numa falésia à beira mar. Vale a pena viver esta história e visitar os seus locais.

Os cenários de Killzone Mercenary e acontecimentos que decorrem em nosso redor levam a que queiram repetir algumas missões e isso é recompensado com missões extra dentro das mesmas zonas que vos levam a cumprir objectivos diferentes, como adoptar métodos de infiltração ou de demolição. É um bom modo extra que recompensa a vontade que possam ter em repetir a campanha.

Online Killzone Mercenary comporta-se da melhor forma e como os fãs do género desejam. Existe a possibilidade de participar de forma aleatória com outros jogadores, convidar amigos para fazer parte da nossa equipa online ou jogar localmente. Quando online, podem escolher entre o modo Mercenary Warfare que funciona ao estilo Free-for-All; Guerrilla Warfare que representa o Team Deathmatch e o Warzone que inclui desafios variáveis.

Joguem em que modo jogarem, as partidas online decorrem de forma fluída e altamente competitiva. O online funciona tão bem que depressa se esquecem que estão numa consola portátil e a vontade de fazer mais rondas é constante.

No que toca à jogabilidade, Killzone Mercenary consegue cumprir todos os requisitos necessários de um FPS e ainda consegue trazer algumas novidades com a introdução do ecrã táctil e sensor de movimentos.

No sistema de jogo recorrente, podem contar com o clássico disparar e apontar nos botões superiores, agachar, saltar e até usar cobertura dos cenários com o sistema automático de pop-up-shoot que já estava presente em Killzone 3.

Já no que toca ao ecrã, este é utilizado de forma bem sucedida para a realização de alguns mini-jogos de hacking e o marcar inimigos para disparar rockets guiados (uma das armas secundárias). As armas extra são também selecionáveis no ecrã e estão sempre acessíveis quando activadas.
Curiosamente, o sistema de ataque Melee (físico) é realmente uma “faca de dois gumes”. Se na campanha parece aborrecido e algo a mais, já online faz bem mais sentido, pois ao contrário de todos os outros FPS onde existem bailados para ver quem mata o adversário, aqui quando alguém nos ataca, temos uma chance de ser mais rápidos a passar o dedo na direcção pretendida, se acontecer, podem evitar a morte certa. Sem dúvida uma sensação de aperto e urgência que não sentia há muito num modo online do género.

Sendo mercenários, tudo no jogo tem um valor, seja as munições do adversário que podem recolher ou matar um inimigo com um Headshot limpo que não alerta os amigos nas redondezas. Cada acção que realizam corresponde a uma quantidade de dinheiro que acumulam para comprar armas ou munições na loja do jogo. Este valor também serve para representar a vossa prestação nos quadros mundiais e definir a vossa cotação nos “mercados” de mercenários. Uma adição bem incluída e que ajuda a dar mais entusiasmo ao modo de evolução por experiência.

Como é possível ver pelas imagens, Killzone Mercenary é um espanto na PS Vita e o FPS mais “bonito” que já aterrou numa consola portátil. Apesar de ter alguns modelos mais quadrados e certas texturas bem mais simples, o trabalho visto no geral está quase ao nível do que foi pelo menos Killzone 2 na PS3 e isso é algo realmente impressionante. Ressalvo ainda que o modo online decorre igualmente sem grandes sacrifícios visuais.

A experiência sonora também está muito bem conseguida e tanto a música como os sons das balas, gritos das personagens e até mesmo as prestações vocais conseguem ser bastante boas através das cinemáticas que vão surgindo. Um louvor especial vai para Kratek, o vilão do jogo que consegue ter uma presença realmente carismática.

Tal como disse logo no início desta análise, Killzone Mercenary consegue passar o teste do derradeiro FPS com distinção e destrói a maldição do género na consola. Agora falta saber se é o suficiente para ajudar a convencer quem ainda não tem uma PS Vita. Uma coisa é certa, este vai ser o jogo que me vai fazer ligar a minha PS Vita muito mais vezes ao longo dos próximos tempos, seja para melhorar a minha prestação num cenário da campanha ou embarcar numas sessões online.

Positivo:

  • O primeiro grande FPS da PS Vita
  • Boa campanha
  • Modos extra com missões alternativas
  • Modo online ao nível das consolas caseiras
  • Bom visual e trabalho sonoro
  • Utilização do ecrã táctil surpreende pela positiva

Negativo:

  • Fazem falta cenários inéditos para as missões extra
  • Ecrã táctil forçado em certos momentos
  • Sensor do ecrã parou de funcionar em alguns momentos
  • Apenas 6 cenários no online
Daniel Silvestre
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