Jogos portugueses não são tão comuns quanto isso, logo, cada vez que um é lançado, é sempre recebido com grande amizade por parte da maioria dos jogadores, seja um ou não um projecto de qualidade.
Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa é o novo projecto dentro da área, um jogo de aventura ao estilo Point-and-Click que prometia muito. Qual será então o resultado final.
Sejam bem-vindos ao mundo do Inspector Zé e do Robot Palhaço, um detective falido e um robô doméstico que tem a mania que conta piadas. Esta dupla inesperada consegue mesmo assim ser um dos elementos mais normais deste jogo que satiriza os costumes tipicamente portugueses.
A parte boa disto é que a Nerd Monkeys procura com tudo isto fazer uma homenagem à tradição portuguesa enquanto criou um jogo que pode ser jogado por qualquer tipo de pessoa e nacionalidade.
Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa faz com que tenham de investigar um suicídio e logo desde o primeiro momento da para perceber que a história é para ser vista com bastante humor e alguma parvoíce à mistura.
Vão ter de visitar vários locais para recolher pistas e entrevistar pessoas para recolher pistas ou confrontar com acusações. Tudo isto feito de uma forma prática ao estilo clássico dos Point-and-Click que permite que movam a personagem para o local onde carregam, apanhem objectos espalhados ou seleccionem personagens.
Quanto às entrevistas/interrogatórios, estes surgem com alguma regularidade e são bastante fáceis de decifrar, sendo que precisam de escolher qual a pista que querem usar para acompanhar cada um das perguntas. É um sistema engraçado e que funciona bastante bem (e algumas das opções que podem escolher são realmente hilariantes).
Apesar de tudo funcionar bem na maioria das vezes, Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa parece algo lento a responder a algumas “ordens” de execução ocasionalmente. Além disso apanhei um pequeno problema de continuidade em que tinha de falar com uma personagem mas a missão tinha ficado presa no objectivo anterior. Felizmente nestes pontos o um recarregar do ficheiro gravado funciona bastante bem.
Claro que Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa é um jogo que apela muito mais aos portugueses tendo em conta todas as referências. Quando chamam um Táxi aparecem os clássicos carros pretos e verdes e podem ver coisas como a ponte 25 de Abril no horizonte, mas com a mudança das falas para inglês qualquer estrangeiro pode decifrar o crime e rir com algumas piadas mais universais moldadas de proposito para a versão inglesa.
Como podem ver pelas imagens, a Nerd Monkeys resolveu adoptar um estilo retro com uma definição de pouca qualidade. Este estilo acaba por acentar bem ao jogo, embora por vezes torne a leitura de certas palavras em algo mais complicado (especialmente quando o texto atropela os limites dos balões). De qualquer forma, os desenhos dos cenários e personagens estão bem concebidos e provam que não são precisos grandes gráficos para criar personagens com carisma.
Quanto à música, embora que se repita bastante pois os cenários também não são muitos, esta é bastante divertida e encaixa muito bem no estilo do jogo e tema da história, por isso não existem defeitos a apontar a nível de composição e variedade.
Decifrar o caso do suicídio do Sr. Love não é algo que demore muito tempo, mas ainda foram incluídas algumas missões secundárias, segredos e um mini-jogo de anedotas que ajudam a aumentar a longevidade por mais uma horita de jogo.
Mesmo não fazendo parte do meu estilo de jogos favorito, Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa foi um jogo que gostei imenso de jogar. Por vezes foi demasiado “parvo”, por outras tinha uma sequência de objectivos confusa, mas sempre conseguiu manter-me interessado até ao fim.
Já jogos bem melhores, mas também já joguei muitos bem piores que nem Indies eram e criados por companhias de renome. Como primeiro jogo da Nerd Monkeys, Inspector Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa é um grande primeiro passo e fico com grandes expectativas para o próximo projecto. Afinal, quando se faz o que se gosta, o resultado pode não ser perfeito, mas ao menos tem alma.
Positivo:
- Várias referências à nossa cultura
- Entrevistas engraçadas
- Boa disposição constante
- Visual retro agradável
- Boa composição sonora
- Versão inglesa modificada para publicos internacionais
Negativo:
- Muitos momentos forçados
- Alguma sequência estranha de objectivos
- Visual pixelizado dificulta leitura em alguns casos
- Review – Marvel’s Spider-Man 2 [PC] - Fevereiro 15, 2025
- Review – Final Fantasy VII Rebirth [PC] - Fevereiro 13, 2025
- State of Play terá nova transmissão esta noite - Fevereiro 12, 2025