Análise – I Am Setsuna

Já longe vão os tempos dos RPG clássicos por turnos com visual retro e mecânicas por muitos apelidadas de antiquadas. Felizmente, ainda existem jogos como I Am Setsuna para alegrar fãs mais saudosistas como eu.

I Am Setsuna já tinha sido lançado previamente em outras plataformas, por isso é bom ver que a Square-Enix ainda foi a tempo de o trazer para a chegada da Nintendo Switch. De certa forma, ainda bem que o fez, pois é o primeiro RPG japonês a sério para uma consola que pouco tem do género por agora.

A história de I Am Setsuna não inventa a roda nem tenta ser uma epopeia épica, aliás, em parte até faz lembrar um certo Final Fantasy no que toca ao enredo. O certo é que vão ter aqui cerca de 20 horas de jogo para desfrutar, com alguns extras pelo caminho. É verdade que é algo curto para um JRPG, mas também não foi exactamente pensado e criado para ser um triple-A.

Tendo em conta que é um jogo com vista áerea, I Am Setsuna não se foca tanto no detalhe das personagens ou monstros, mas no ambiente e localizações em si. A exploração é dividida entre mapa-mundo aberto e áreas pequenas com os típicos corredores, que ganham maior destaque nas masmorras. Existe muito pouco para explorar além dos caminhos principais, por isso não contem com grandes desvios.

O combate é feito no sistema clássico de turnos, embora tenha um sistema de ATB, onde a barra de tempo tem de encher antes que a personagem possa atacar. Caso sofram dano, esperem tempo ou ataquem, podem aumentar um contador que permite dar mais dano aos inimigos. É uma forma interessante de risco e recompensa que pode ser aproveitado até para atacar com habilidades combinadas.

Como usa muitos sistemas clássicos e ferramentas típicas do género, I Am Setsuna é claramente um jogo exigente e requer algum grinding para que consigam ultrapassar certos inimigos.

O visual embora não seja tecnicamente poderoso, prima por uma arte bonita e cenários nevados com tons brancos, castanho e laranja bastante apelativos. É verdade que cansa ver tanto branco por vezes, mas faz claramente parte do tema do jogo. A banda sonora também é bastante boa e é daquelas que vão ter vontade de ouvir até fora do jogo.

No que toca à Nintendo Switch, a minha experiência foi quase toda ela vivida no modo portátil, tendo ligado uma ou duas vezes à televisão. A experiência neste modo foi mais do que boa e poder jogar um RPG destes em qualquer é uma mais valia sem dúvida.

I Am Setsuna não é um jogo alegre, longo ou com a melhor história dentro do género, mas é ao mesmo tempo um dos JRPG mais honesto e consciente das suas raízes que pude jogar nos últimos tempos. Se são fãs de RPG clássicos então a Nintendo Switch é a plataforma ideal para jogar I Am Setsuna.

Positivo:

  • RPG clássico
  • Combate por turnos
  • Boa arte e banda sonora
  • Encaixa bem na Switch

Negativo:

  • História básica
  • Bastante curto para o género
  • Poucos motivos para o voltar a jogar
  • Preço algo alto

Daniel Silvestre
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