Análise – Hitman – Episódio 1

Este é um dos jogos mais directos que vi nos últimos tempos. Começamos por saber que estamos no controlo de um agente especial e começam a testar as nossas capacidades, passamos o teste e aqui vamos nós assassinar dois alvos a um evento de moda… parece que este ano haverá atentados ao bom gosto (ou maluqueiras que acabam por nunca ser utilizadas em festas quanto mais no dia-a-dia, confesso que cada vez que sou obrigado a assistir a um desfile de moda estou sempre à espera de ver uma avestruz, uma árvore de Natal, um animal com pelo, um animal sem pelo, uma aberração a cada 2 minutos e este parágrafo já vai longo).

Mas porque é que me estou a focar em moda? Porque Hitman é a estrela do desfile, nunca antes se viu um agente com tantas roupas a passear por um edifício. Num minuto utilizamos umas calças de ganga gastas, uma t-shirt branca encharcada em suor e um colete reflector; no minuto a seguir estamos com um fato e gravata e daqui a 5 minutos estamos prontos a preparar uma refeição (mortífera) com o nosso avental.

Esta é a principal mecânica de Hitman, disfarçar-nos para chegar mais perto do alvo e ultrapassar as variadíssimas barreiras até ao mesmo. Caso não saibam Hitman é um jogo episódico e de momento apenas temos acesso ao prólogo e à primeira missão em Paris. Estas missões em 3 cenários são no entanto uma obra de arte na sua estrutura. O prólogo revela-se linear mas ramificado, a uma primeira-vista parece bastante complicado mas todas as opções que nos são dadas passam por certos pontos de modo a introduzir-nos às mecânicas.

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O segundo cenário ensina-nos a ser criativos com o muito pouco que temos e a encontrar as ferramentas para alcançar o alvo. O terceiro cenário, que é a primeira missão, tira-nos as rodinhas de aprendizagem e dá-nos todo um mundo para explorar. E é aqui que o jogo realmente brilha. Eu passei este nível (com sucesso) algumas vezes e de todas as vezes consegui identificar diferentes maneiras de começar, diferentes maneiras de abordar a missão e diferentes táticas a utilizar. E como devem calcular quando se fala em “formas diferentes de abordagem” significa que este é um jogo que pretende que o jogador repita as missões.

A verdade é que apesar das diferentes maneiras de abordar os alvos e mesmo com cada tentativa nos familiarizar-mos melhor com o que nos rodeia, o sentimento de déjà vu começa a surgir principalmente por serem tão poucos níveis. Se o vosso objectivo for apenas completar cada missão uma vez então ficarão desiludidos com Hitman, este é um jogo apenas para aqueles que procuram divertir-se encontrando diferentes maneiras de abordar a mesma missão, enquanto completam diferentes objectivos.

A meu ver Hitman teria saído beneficiado se tivesse sido lançado com mais uma grande missão. Como episódio introdutório, este revela-se fraco em conteúdo mas vai de encontro ao anunciado previamente, ou seja a base para uma temporada de episódios que aí vêm. A jogabilidade é sólida e apelativa aos fãs de Stealth mas infelizmente não traz nenhuma grande novidade. Todos nós já experiência-mos jogos onde temos que ouvir dois guardas a falar sobre algo, já partimos o pescoço a alguém, já assassinamos um desgraçado qualquer à distância que provavelmente estava a um dia da reforma, enfim não é original mas está muito bem implementada.

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Ao nosso dispor temos algumas armas já bem conhecidas desde o garrote a uma pistola com silenciador e até um patinho de borracha explosivo, antes de cada missão e dependendo do que já tiverem desbloqueado poderão escolher novos locais de inicio de missão assim como locais onde a agência ICA deixou alguns “extras”.

Ao longo dos 3 níveis deste episódio é notório que conseguem co-existir imensos npc no ecrã em simultâneo sem que a fluidez seja afectada. Este é um aspecto bastante positivo que dá vida ao mundo de Hitman, não foram poucas as vezes em que me descuidei e um npc correu até a um guarda a contar o que tinha visto.

Se estão a jogar no PC, Hitman toma a liberdade de bloquear a qualidade das texturas consoante a vossa placa gráfica, se consistir em 2gb estão apenas disponíveis texturas de qualidade baixa, com 3gb as médias e 4gb ou mais conseguem aceder às texturas de alta qualidade. Este bloqueio afectou-me directamente pois a placa gráfica que uso tem 2gb e devo dizer que fiquei bastante surpreendido pois consigo jogar vários jogos muito mais complexos graficamente com boa qualidade.

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Este primeiro episódio de Hitman fica marcado pelo pouco conteúdo que traz, a jogabilidade é bastante boa mas a menos que queiram explorar os mesmos níveis várias vezes, vão ter pouco tempo de jogo útil. O fio narrativo parece quase inexistente mas a melhor parte de Hitman prende-se com as diferentes abordagens possíveis a cada missão, e nesse aspecto este é um jogo que não falha. Fico à espera do segundo episódio e ansioso para ter novas missões para explorar.

Positivo

  • Várias abordagens a cada missão
  • Diversidade
  • Aspecto visual

Negativo

  • Narrativa quase inexistente
  • Repetição

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Alexandre Barbosa
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