Se há coisa que o Japão já nos mostrou que sabe fazer é pegar em coisas a que poucas pessoas dão atenção e transformá-las numa mina de ouro. Uma espécie de Toque de Midas da indústria do entretinimento.
Desenvolvido inicialmente para anúncios televisivos por uma parceria entre a Yamaha e a Universidade de Pompeu Fabra em Barcelona, o projecto vocaloid foi lançado em 2004 e desde então várias foram as personagens criadas a partir deste sintetizador de voz. Uma das suas faces mais famosas é sem sombra para dúvidas Hatsune Miku da Crypton, uma personagem tão famosa que já conta com aparições no programa de David Letterman e já fez aberturas para a última tour de Lady Gaga.
Tal como esperado depois de tanto sucesso, foi criada uma série de videojogos de ritmo em parceria com a SEGA e a Dingo Inc. (empresa responsável pelo esperado Persona 4: Dancing All Night) denominada Hatsune Miku Project Diva para a PSP. Agora vem Hatsune Miku Project Diva F e Project Diva F 2nd para as consolas de nova geração.
Project Diva F 2nd segue na linha dos seus antecessores. É um jogo de ritmo onde não aparece só Hatsune Miku, mas também outras personagens da Crypton como por exemplo Kaito ou Megurine Luka entre outros. O jogo possui uma biblioteca de músicas bastante variada e com alguns clássicos bastante conhecidos como por exemplo Two Breaths Walking, World is Mine ou Kagerou Daze. No entanto para uma série que é bastante recente no Ocidente não faria mal ter, nem que fosse em formato DLC ou como uma edição especial, músicas que já apareceram em jogos anteriores na série e que são claramente os favoritos dos fãs como são o caso de Senbonzakura ou World’s End Dance Hall. No entanto esta falha pode ser colmatada no modo de Edição visto que podemos adptar novos ficheiros mp3 e personalizar todo o vídeo dessa música.
No que toca a jogabilidade nota-se que tem uma curva de aprendizagem bastante acentuada. Jogadores mais experientes em jogos de ritmo vão certamente sentir dificuldades até mesmo na dificuldade normal e em algumas músicas a versão Easy não vai ser cleared à primeira. O sistema é bastante brutal mas no entanto tem um certo grau de satisfação quando conseguimos realmente chegar ao fim e ver a nossa pontuação entrar nas tabelas mundiais. É quase um Dark Souls do mundo do ritmo.
Graficamente os menus são bastante fáceis de navegar e todos os pontos do vídeo das músicas podem ser alterados no que toca à nossa personagem. Podes vesti-las com fatos de outras músicas, alterar parte dos adereços ou, para os mais aventureiros, trocar as personagens que aparecem por outras. Apenas um aviso, ver o Kaito a fazer as danças da Hatsune Miku é receita para noites cheias de pesadelos.
O jogo foi também lançado na consola portátil da Sony onde corre com algumas diferenças. Os menus são um pouco mais pequenos e simplificados e não existe tanta potência para a customização mas no entanto ganha uma mecânica nova. Podemos fazer umas linha no ecrã no que é chamado um scratch que faz com que podemos aumentar a nossa pontuação.
Hatsune Miku Project Diva F 2nd é um dos mais competentes jogos de ritmo que o mercado tem para nos oferecer e arrisco mesmo dizer que é o melhor jogo do género numa consola portátil. É um jogo em que se estranha e depois entranha. É desafiante, frustrante e às vezes faz parecer que as músicas de Dragonforce no Guitar Hero se pode jogar apenas com um botão, mas é também das experiências mais gratificantes que tive enquanto jogador.
Positivo:
- Desafiante até mesmo para jogadores experientes
- O fenómeno Vocaloid e Hatsune Miku está patente e muto bem representado
- Recompensa de acabar as músicas com boa pontuação é bastante gratificante
- Melhor do género numa consola portátil
- Modo de edição garante um maior número de músicas do que o inicial
Negativo:
- Biblioteca poderia incluir mais músicas
- Curva de aprendizagem acentuada pode afastar os jogadores mais casuais
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