O último jogo de Dragon Ball Z que joguei foi Dragon Ball Z: Ultimate Tenkaichi e tenho a dizer que não fiquei mesmo nada agradado. Eu sempre fui fã de Dragon Ball Bodukai, mas os jogos com Tenkaichi nunca foram os meus favorito e o Ultimate foi para mim o pior de todos.
Quando a Namco Bandai revelou Dragon Ball Z: Battle of Z, as primeiras imagens e vídeos faziam crer que a série ia visitar os grandes tempos, e não falo de Dragon Ball Z Bodukai 3 ou 2, mas sim de Dragon Ball Z The Legend. Como é natural não podia estar mais entusiasmado para este jogo.
O meu primeiro impacto com Dragon Ball Z: Battle of Z foi algo confuso, afinal a preparação para as batalhas não são as mais intuitivas (pelo menos na primeira hora de jogo).
A campanha está estruturada por missões e cada missão descreve de forma rápida um dos eventos da história em que precisam combater. Algumas destas seguem caminhos algo diferentes e outras são totalmente inventadas para introduzir conteúdo. Este sistema de progresso não é mau, mas é uma pena que seja tão levado à pressa.
Mas foi com o combate que as minhas expectativas começaram a descer consecutivamente. O primeiro impacto não é certamente o melhor, o jogo engloba uma série de ferramentas e tenta ensinar tudo de enfiada, o que tende a confundir. Os primeiros combates posso mesmo dizer que me sentia algo perdido e a coisa só começou a encaixar e a fazer sentido quando comecei a realizar combates de resistência onde o cenário tinha vários inimigos, aí sim percebi como funcionava bem o Lock-On, cada uma das funções dos botões e porque razão falhava certos ataques.
Algo que também não ajuda é a grande quantidade de inimigos e aliados que surgem no ecrã. A ideia é fenomenal e é uma boa forma de recriar os combates da série, mas muitas vezes os nossos colegas interrompem os nossos ataques ou atraem demasiado a atenção do inimigo, fazendo com que ele fuja de nós ou nos ignore simplesmente.
Porém, embora o combate de Dragon Ball Z: Battle of Z faça lembrar Dragon Ball Z: The Legend, é traído por algo tão simples como a câmara. No clássico, esta ficava sempre fixa, mas aqui ela movimenta-se quando queremos e quando não queremos, lutando para contornar os elementos do cenário ou manter a vista num inimigo que esteja sobre o nosso lock-on. Fazer ataques em equipa ou arremessos que terminam em combos faz com que a câmara salte constantemente e nos confunda frequentemente.
Onde Dragon Ball Z: Battle of Z consegue ser bastante interessante é nos seus combates contra bosses. Estes são grandes bestas que enchem o cenário (como o Vegeta em estado macaco) que englobam diversos pontos fracos. Como estes combates são normalmente feitos com um alvo apenas, funcionam até bastante bem.
A mecânica de poderes foi bem implementada, mas é suportada por uma barra de energia das menos amigáveis feitas até hoje. Esta não pode ser carregada e só entrando em combate é que ela sobe, o que bastante estranho tendo em conta que alguns inimigos são mais fortes e tentar acertar neles pode resultar em mais dano sofrido do que energia.
Felizmente, é para isso que existe uma equipa de lutadores e o sistema de partilha de poder e vida é muito bem vindo. Em muitas batalhas, foram eles que partilharam vida com a minha personagem para continuar a lutar, o que é bastante bom. Estas estratégias ficam ainda mais interessantes ao jogar online ou em cooperação com amigos.
Dragon Ball Z: Battle of Z não podia deixar escapar alguns elementos RPG e agora ao terminar um combate ou acumulando pontos, podem comprar cartas especiais que equipam nas personagens para estas ficarem mais fortes. É um sistema que funciona bem e que faz uma grande diferença. No final de alguns combates existe até a hipótese de enviar a energia acumulada para o servidor mundial e ganhar pontos especiais para gastar em objectos ainda mais raros.
Além da campanha, Dragon Ball Z: Battle of Z permite ainda que joguem com outras pessoas online, mas e com muita pena minha, falta multijogador local, o que é uma oportunidade perdida.
No que respeita ao visual, muitos fazem queixas sobre as cores usadas e o detalhe aplicado às personagens, mas a minha queixa recaí sobre os cenários. Embora sejam apelativos, alguns dos elementos usam modelos terríveis (a nave de Freeza em Namek é gritante). De resto não tenho muito a apontar, gosto do estilo e das cores usadas, embora tenha noção que possam incomodar aos mais puristas. Os menus também não são propriamente feios e existe aqui muita coisa englobada a pensar nos fãs.
Podem contar com vozes tanto em japonês como inglês e desta vez, aconselho seriamente as vozes na língua original, pois alguns actores em inglês não soam lá muito bem (a velocidade com que SonGoku diz Kamehameha é desconcertante). As músicas são o típico dos jogos de Dragon Ball, por isso podem contar com um trabalho sólido.
Claro que quanto maior é a expectativa, maior é a desilusão e mesmo que Dragon Ball Z: Battle of Z não seja um jogo horrível acaba por perder de qualquer forma, pois não é tão bom como prometia aos fãs de Dragon Ball Z The Legend e não faz grande sentido para todos aqueles que nunca jogaram esta relíquia.
Assim sendo, temos um jogo que fica no limbo e a depender amargamente dos gostos de cada jogador. Uma coisa é certa, é seguramente melhor que Dragon Ball Z Ultimate Tenkaichi e isso já é uma vitória. Quem sabe para o ano?
Positivo:
- Tenta ressuscitar Dragon Ball Z The Legend
- Sistema de luta engloba boas ideias
- Combates contra bosses bem feitos
- Combater na equipa de outros jogadores é divertido
Negativo:
- Câmara com vida própria
- Combate precisava de ser afinado
- Não permite co-op local
- Cenários com modelos importantes que parecem incompletos
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