Análise – 007 Skyfall

Skyfall é o vigésimo terceiro filme da bem-sucedida série cinematográfica inspirada nos livros de Ian Fleming sobre o espião secreto inglês… mais popular do mundo.

Realizado por Sam Mendes (luso-descendente vencedor do Óscar da Academia pelo filme Beleza Americana), Skyfall é um filme de ação, com uma direção fotográfica brilhante e um elenco fabuloso e muito bem dirigido. Após Casino Royale e Quantum of Solace, Skyfall é o terceiro filme onde Daniel Craig veste a pele e o “tuxedo” de 007, e convenhamos que lhe assenta muito bem.

A história de Skyfall cabe numa caixinha de sapatos, alguém pretende revelar a identidade de espiões do MI6 infiltrados pelo mundo e Bond é convocado para impedir esta fuga de informação, e com isto salvar a credibilidade de M, salvaguardar o MI6 e a identidade dos homónimos.

Fundamentalmente é esta a relação de acção/reacção da história até ser revelado o rosto atrás do plano maquiavélico, Silva (interpretado por Javier Bardem), ex-agente do MI6, que se encontra mergulhado nas trevas de uma crise emocional profunda e está disposto a vingar-se do mundo para afogar as mágoas.

Os vilões são tão previsíveis… não obstante Silva é especial, nomeadamente pelo talento de Javier Bardem, no ecrã consegue incomodar o espectador com uma postura corrosiva e maquiavélica (com um ligeiro “copy paste” do Joker do filme Dark Knight de Cristopher Nolan). Silva consegue fazer o que nunca nenhum vilão de um filme de James Bond conseguiu fazer, a sensação que o vilão pode ganhar o duelo com Bond (desculpa Goldfinger).

Silva consegue ser o paradigma do arquétipo do antagonista, um irmão gémeo malvado de Bond, que foi ao forno com todos os defeitos e hábitos perigosos do outro lado da moeda. Este contingente conduz Bond a tomar decisões que revelam um Bond nunca antes visto, mais emotivo, rancoroso, capaz de levar o espectador a conhecer um espaço nunca revelado.

Bond mal tem tempo de namorar as Bond Girls, nomeadamente Sévérine (interpretada por Bérénice Marlohe , uma actriz francesa talentosa e bastante sensual).

No elenco de Skyfall, Judie Dench regressa como M, dando continuidade à personagem que interpreta desde Goldeneye (ainda com Pierce Brosnan). Ralph Fiennes encarna o papel de um ex-operativo burocrático e Naomie Harris (28 Dias Depois e Piratas das Caraíbas) interpreta Eve Money-Penny. Mas a grande surpresa, ou talvez não, é a personagem de Q interpretada pelo jovem talentoso Ben Whishaw. As cenas com Q em Skyfall estão extraordinariamente bem escritas e temos a oportunidade de ver Q interventivo na resolução da trama.

Skyfall vale a pena por todos os motivos, a acção é puro entretenimento, a escolha do director de fotografia em coincidir as tonalidades das cores com o ambiente implícito no guião é inteligente e funciona na plenitude.

A resolução final de Skyfall, apesar de se mostrar demasiado dramática, é o final merecido para as personagens envolvidas.

A personagem de Javier Bardem pode incomodar ou aborrecer alguns dos espectadores mais exigentes por remontar para a personagem interpretada no filme Este País Não É Para Velhos dos irmãos Cohen, mas sendo coerentes, quando foi a última vez que vimos um vilão completamente diferente?

Skyfall não encontra a pólvora mas é um hino ao que de bom a série Bond pode oferecer aos espectadores.
Daniel Craig vai regressar para mais dois filmes como James Bond, caso mantenha este ritmo, é uma série ameaça ao trono de melhor James Bond.

Positivo:

  • Direcção de fotografia
  • Edição
  • Cenas de acção bem realizadas
  • O novo Q é uma grande adição

Negativo:

  • Alguns clichés previsíveis
  • Vilão tarda em aparecer
  • Encadeamento das sequências é algo precipitado

 

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