PróximoNível ao Domingo T2 – Artigo 12 por Mestre Slip

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Quando alguém me pergunta se pode fazer um PróximoNível ao Domingo, eu digo sempre que sim, afinal é um prazer ler aquilo que a comunidade tem para contar. Esta semana é a vez do Mestre Slip assumir a rédea do PND, mas nada me fazia sequer imaginar que a rédea ia ser necessária para tantos cavalos.

Preparem-se para um PND bem fora do que estão habituados e preparem-se para ler muito. A parte boa é que vai valer a pena o vosso tempo.

PróximoNível ao Domingo T2 – Artigo 12

Por: Mestre Silp

Ora bem, pessoal, chegou o Domingo e nada melhor que um PND fresquinho para se animarem e ficarem preparados para mais uma segunda-feira cheia de aulas ou horas de trabalho no emprego.

Ora bem, como alguns sabem – e outros ficarão a saber – todo o meu ser vibra com o desporto e indústria automóvel. O FoxRS é um dos usuários que partilha o mesmo gosto que eu, contudo, foi um menino e mal falou de carros na sua rubrica. Um escândalo! Assim, com a frontalidade que me é reconhecida, vou eu dedicar este espaço ao tema que devia ter sido explanado há duas semanas atrás. Assim, agarrem-se bem, apertem os cintos e preparem-se para uma viagem alucinante pelos mundos da Fórmula 1 e do Campeonato Mundial de Rally.

Para jogar:

F1 2013 Classic Edition

Tendo a muitíssimo competente Codemasters os direitos para utilizar as licenças associadas à Formula One Management (FOM) e à Federação Internacional do Automóvel (FIA) desde 2009, ano em que apenas lançou um título para a Wii, de 2010 em diante tem lançado, anualmente, um título referente ao campeonato de Fórmula 1 do mesmo ano, jogável no PC, Xbox 360 ou PS3. Ao longo dos anos a série tem visto aprimoramentos sucessivos, sendo a edição de 2013 a mais polida e completa. “Completa porquê?”, poderão estar vocês a perguntar. Pois bem, porque, pela primeira vez num jogo de Fórmula 1, foi incrementada a secção “Classic”, que é, nada mais, nada menos, que a possibilidade de conduzir monolugares clássicos, dos anos 70, 80 e 90, em pistas que foram integrantes do campeonato mundial de F1 nos mesmos anos (Brands Hatch, Estoril, etc).

Só pela nostalgia e pelo comportamento radicalmente diferente dos carros actuais (os antigos têm muito menos carga aerodinâmica e andam mais “soltos” da estrada, resultando em deslizes constantes e doseamento de acelerador preciso) vale a pena arranjar esta versão do jogo. Sim, a edição normal traz também os carros dos anos 80, mas a Classic tem esses, os dos anos 70 e 90, assim como as pistas míticas do Grande Circo. Vale bem a pena, pelo factor novidade que injecta na série.

Para ver:

Rush (2013)

Há muitos anos que um filme não me entusiasmava tanto como este. Tomei conhecimento dele quando a equipa acabou as filmagens, entrou em fase de pós-produção e fez publicidade ao mesmo no GP do Mónaco de Fórmula 1, em 2012. No evento, Ron Howard apareceu com alguns actores e dirigentes da FOM a fim de promover o filme, dado que o GP do Mónaco é um dos eventos mais mediáticos do planeta. Desde então fiquei “com o bichinho atrás da orelha” e mantive-me sempre atento a novidades. Até que, no dia 2 de Outubro do ano passado, pude finalmente ver o filme que tanta tinta fez correr, saindo da sala de cinema com as expectativas excedidas, assim como um sentimento de que há muito tempo que não via um filme de corridas tão bom como aquele. Aliás, nunca vi um tão bom, tal é a dimensão da obra.

O filme retrata a rivalidade que existiu entre Niki Lauda e James Hunt, focando-se essencialmente na época de 1976, uma das mais marcantes, dramáticas e disputadas da História da competição. O filme mostra o lado humano daqueles que dominavam as máquinas em pista, as suas fraquezas, as suas falhas. Mesmo que não sejam fãs do desporto, não perderão nada em vê-lo. É um daqueles filmes que chega mais além que aquilo a que se propõe. É uma ode à arte de bem realizar. Uma ode à Fórmula 1 e um verdadeiro tributo à coragem daqueles que nela competiram na década de 70, onde a segurança – tanto das pistas como dos carros – era muito inferior àquela que hoje se toma por garantida. Destaque ainda para a prestação de Daniel Brühl, que conseguiu imitar na perfeição os maneirismos e a dicção de Lauda. Quem conhece o piloto em questão, saberá do que estou a falar. Brilhante!

Esqueçam Velocidade Furiosa e afins. Este é tudo aquilo que um filme de corridas deve ser. E muito mais…

Podem ler a nossa análise a Rush aqui:

Análise – Rush

http://www.youtube.com/watch?v=05rzPnZ6lxw

Para ler:

F1 Racing

É uma publicação britânica, de enorme rigor técnico e jornalístico. Possui sempre entrevistas bem estruturadas com pilotos, directores de equipa, directores técnicos, designers e engenheiros do mundo da Fórmula 1. De lançamento mensal, é vendida cá em Portugal, mas são muito poucas os quiosques que a vendem. Pode também ser encontrada na “net” em formato PDF.

Indispensável para quem almeja manter-se – bem – informado acerca da F1, dado que, infelizmente, neste país a modalidade seja considerada “underground”.

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Autosport

Esta, por seu lado, é uma publicação portuguesa. É mais generalista, uma vez que fala de tudo o que se passa no desporto motorizado, desde F1, WRC, DTM, WSR 3.5, GP2, GP3, MotoGP, Dakar, enfim, de tudo um pouco. Tem lançamento semanal, à terça-feira, e é facilmente encontrada em qualquer quiosque. Cada número vem ainda com um suplemento que recolhe artigos antigos da publicação, uma vez que esta existe desde 1977.

Uma boa aposta para quem se interessar um pouco por tudo o que tenha motor, sem ter, contudo, a mesma profundidade da publicação mencionada anteriormente no que à F1 diz respeito.

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Para ouvir:

Lotus F1 Team – E20 teaser

Para a época de 2012, a Lotus F1 Team fez um teaser para aguçar o apetite pela sua vigésima época no campeonato do mundo de Fórmula 1. Quem está habituado à agitação de uma garagem da modalidade, perceberá as referências presentes no clip. Desde a varinha mágica no início, até aos dois indivíduos a analisar um ecrã preto.

Um trabalho original e muito interessante.

Para recordar:

Ayrton Senna

Nasceu a 21 de Março de 1960, falecendo a 1 de Maio de 1994. Senna é consensualmente considerado o melhor piloto de todos os tempos. Não só pelo grande público, como também pelos pilotos que correram com ele, assim como aqueles que não tiveram essa hipótese. Pelas estatísticas (número de campeonatos do mundo de F1 conquistados), Prost (4), Vettel (4), Fangio (5) ou Schumacher (7) figuram acima de Senna (3). No entanto, não é só pelos títulos que se mede um piloto.

A intensidade com que o brasileiro viveu e trabalhou, a dedicação que tinha para com o trabalho e o talento que demonstrava tornou-o inesquecível para todos aqueles que o viram correr, ou trabalharam com ele. Célebre é o teste com a Williams, em 1983, onde Senna pilotou, pela primeira vez, um monolugar de Fórmula 1. Frank Williams (dono da equipa em questão) recorda que o piloto chegou bastante calmo para testar o carro. Na altura, pilotava na Fórmula 3 britânica, conduzindo carros 3 vezes menos potentes que os monstros da F1. Contudo, nada disso o amedrontou, fazendo com que o carro fosse progressivamente mais rápido, à medida que ganhava confiança no mesmo. Quando esteve à vontade, bateu o recorde daquele carro naquela pista. No final, graciosamente, agradeceu a oportunidade e foi-se embora. Ou seja, na primeira vez que conduziu um F1, quebrou logo um recorde de velocidade, suplantando, por exemplo, Keke Rosberg, piloto que fora campeão mundial de F1 com o mesmo carro, um ano antes.

Toda a gente na Williams ficou embasbacada, começando aí a ser chamado de “Mágico”. Senna, que faleceu em Ímola devido a lesões cerebrais provocadas por um fortíssimo acidente durante a corrida, foi alvo de vários documentários, tanto explicar, não só a sua morte, como também a pessoa que foi. Exemplos disso são o filme/documentário “Senna” (2010), “The Right to Win” (2004), assim como o especial que o programa Top Gear fez sobre o mesmo (vídeo em baixo). Caso queiram saber mais sobre esta autêntica lenda do automobilismo, ou se não o conhecem e desejam resolver essa lacuna, vejam o que acima foi recomendado. Perceberão porque é que, quando faleceu, o Brasil decretou 3 dias de luto oficial, assim como o seu funeral fora acompanhado por mais de um milhão de pessoas.

Não na TV… presencialmente.

Henri Toivonen

Toivonen é, provavelmente, o piloto de rally mais apreciado sem nunca ter ganho nenhum campeonato mundial. Nascido a 25 de Agosto de 1956, o finlandês cedo mostrou uma apetência ímpar para conduzir carros no limite. Dono de uma condução exuberante e, consequentemente, arriscada, sempre no limite, conquistou milhões de fãs pelo mundo fora, dado que nunca baixava os braços, ia sempre à luta, mesmo que o seu carro fosse ridiculamente inferior ao da concorrência. Era daqueles pilotos que pilotava por paixão, com garra, sempre no limite, sempre querendo ir mais rápido. Esteve 6 anos na categoria máxima dos rallies, o WRC. Embora a sua velocidade fosse impressionante, a sua falta de consistência impediu a concretização dessa rapidez em resultados, muito à semelhança de Colin McRae (1968 – 2007).

Toivonen esteve no WRC na altura das infames máquinas do Grupo B, que chegaram a atingir os 591cv, praticamente o dobro dos actuais carros de WRC. Numa época de escalada de potência, a Lancia (a mais bem sucedida marca de sempre nos rallies) lançou o Delta S4, o mais radical e indomável carro a participar em rallies. Contando com 530 cv de potência, retirados a partir de um motor 1.8, cuja gasolina que o alimentava era misturada com Tolueno (químico utilizado no fabrico de explosivos) para permitir à máquina acelerar dos 0 aos 100 Km/h em pouco mais de 2 segundos… em gravilha solta.

Era um monstro que juntava a sobrealimentação com compressão turbo, tornando-o praticamente impossível de conduzir, sendo o único piloto a levá-lo ao limite, nada mais, nada menos, que Toivonen. O carro era tão rápido que, em 1986, na altura do Rally de Portugal, Toivonen desloca-se ao Circuito do Estoril para testar o carro, conseguindo um tempo suficientemente rápido para o colocar na sexta posição da grelha de partida para o GP de Fórmula 1 desse mesmo ano.

No entanto, foi essa mesma máquina indomável que acabou por tomar a Vida de Toivonen, no Rally da Córsega, no dia 2 de Maio de 1986. O finlandês estava com febre na altura do evento, mas insistiu veemente em correr, dado que tinha perdido a liderança do campeonato nos dois rallies anteriores e queria recuperar pontos. Encetou então uma recuperação notável, ganhando especial atrás de especial, sempre medicado.

Contudo, quando liderava o rally, Toivonen despistou-se, caindo para uma ravina, acabando por falecer carbonizado ao lado do seu co-piloto, Sergio Cresto, quando o Delta S4 pegou fogo.

Como consequência, os Grupo B foram banidos do desporto para sempre.

E pronto, espero que tenham gostado deste meu PND dedicado à Fórmula 1 e Rally. Desculpem não ter desenvolvido certos aspectos, mas creio que uma breve pesquisa da vossa parte fará o serviço. Apenas me limitei a ser a faísca que despoleta a curiosidade. : )

Fiquem bem, boa semana de aulas/trabalho e joguem muito!

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Agora a sério, acham mesmo que eu era capaz de me cingir apenas a um só tema? Acham que eu ia perder a oportunidade de vos dar a conhecer obras num contexto mais ecléctico? Claro que não! Assim, para quem ainda tem tempo/paciência para mais, que se agarre ao scroll.

Para jogar:

Dark Forces (1995)

Um dos jogos da minha infância. No advento dos FPS, muitos foram os temas aproveitados para lançar um título. Sim, há os titãs da altura: Doom, Duke Nukem 3D, Wolfenstein e Blood. Contudo, Dark Forces tinha a particularidade de ser inspirado no universo Star Wars. Assim como funções que nunca tinha visto num jogo do género, como, por exemplo, o uso de lanterna. Numa época em que a iluminação em tempo real era muitas vezes um mito, foi completamente agradável ver algo desse tipo presente no jogo. Tínhamos 9 armas á disposição, desde pistolas laser a metralhadoras com igual tecnologia, passando por granadas, minas anti-pessoais e lança-rockets. Eram bastante diferentes entre si, adaptando-se bem a determinados tipos de inimigo.

Por falar nos agentes hostis, estes tomavam formas variadíssimas, sempre fiéis à temática. Não faltam os eternos Stormtroopers, os resistentes guardas Gamorreanos ou implacáveis cyborgs reminiscentes do incontornável Exterminador T101-800.

Para nos colocar os neurónios a mexer, o jogo introduz pequenos puzzles, que, embora quebrem a acção, fazem todo o sentido na progressão do nível. Os gráficos eram de topo para a altura. Com um motor de jogo extremamente versátil e competente, os programadores deram vida a mundos gelados, bases militares, minas de extracção mineral e até naves espaciais, tudo com múltiplos níveis de altura e com possibilidade de olhar para cima e para baixo, algo inédito na altura. Cada nível possuía vários segredos a descobrir, onde muitos deles se refugiavam atrás de paredes destrutíveis, obrigando-nos a vasculhar tudo o que era textura à procura de imperfeições que denunciassem a fragilidade das mesmas. Entre cada missão é-nos apresentada uma cutscene com os novos desenvolvimentos, que, à luz da tecnologia disponível, eram brilhantes. Ahh, e com voz! Um verdadeiro mimo. Também no resto do jogo a sonoplastia é coerente e diversificada, criando um ambiente imersivo e sui generis.

No que toca à longevidade, a aventura está munida de argumentos suficientes para nos presentear com 14 níveis distintos e convenientemente longos, com objectivos que devem ser cumpridos antes de avançar para o próximo. Conteúdo não falta, assim como referências ao universo em que é inspirado. Só tem um defeito: não referencia sabres de luz!

Está actualmente disponível na Steam por um preço bem simpático.

Para ver:

Four Rooms (1994)

Esta obra é o chamado melting pot, pois foi realizada por 4 pessoas de convicções e estilos distintos: Alexandre Rockwell, Alison Anders, Robert Rodriguez, e Quentin Tarantino. O argumento, basicamente, retrata a noite de passagem de ano de Ted, um estreante empregado de hotel (Tim Roth) completamente inapto para o cargo. A fim de segmentarem convenientemente o filme, cada realizador ficou encarregue de realizar uma história, correspondendo cada uma a um quarto.

O primeiro quarto (Alexandre Rockwell) é, enfim, superficial, sem grande objectivo e, em última análise, dispensável. Descreve um ritual pagão de umas “bruxas” que insistem em fazer topless durante todo o segmento. No segundo (Alison Anders) as coisas começam a ganhar alguma razão de ser, mas a pertinência é também discutível, dado que não vai inserir nada de fulcral à narrativa, nem possui momentos memoráveis. Descreve a discussão e consequente ameaça de morte de um marido à sua esposa, não faltando a clássica pistola apontada à cabeça da mulher.

No entanto, é no terceiro que entra em jogo Robert Rodriguez e quem conhece o trabalho do americano sabe que algo de tresloucado e completamente fora dos padrões está a caminho. E este quarto não é excepção. Retrata as peripécias de Ted quando fica a tomar conta de dois miúdos, filhos de um casal que vai sair à noite. O problema é que os miúdos são o terror e o pai deles implacável se algo correr mal. Hilariante e fluido, é nesta terceira história que o filme começa realmente a ganhar Vida.

Finalmente, chegamos ao último quarto, realizado por Tarantino, sendo desde logo palpável o salto qualitativo na realização. Os diálogos ganham profundidade imiscuída na aleatoriedade indissociável das obras do realizador. Desempenhando ele mesmo um papel (Chester), pede a Ted para trazer uma tábua de cortar, um donut, uma sandes, 3 fósforos, um cutelo, um balde de gelo e um rolo de cordel. Inicialmente somos levados a pensar que o estado de embriaguez dos personagens fez com que fizessem um pedido tão fora do normal. Todavia, alguns dos itens vão ser conjugados de uma forma absolutamente inesperada e absolutamente desnecessária, excepto para nosso entretenimento.

O filme começa de forma modesta, ganhando interesse à medida que se aproxima do final, sendo este a absoluta pérola, a cereja no topo do bolo, a razão pela qual vale a pena ver a obra.

Para ler:

A Desobediência Civil

Escrito em 1848 por Henry David Thoreau, a pequena obra de 35 páginas condensa em si as fundamentais críticas à Democracia, na incapacidade da mesma em reconhecer o indivíduo como ser supremo, onde todo o poder radica (Democracia = dêmos [povo] + kratos [poder]). Thoreau denuncia as falhas do sistema, questionando até que ponto deve ele, como cidadão, cumprir as suas obrigações se o Estado não cumpre as suas. É um grito de revolta, um abalar de estruturas numa América do Norte esclavagista e com sérios problemas de união por resolver, que mais tarde iriam gerar uma sangrenta e revolucionária Guerra Civil (1861).

O livro, embora pequeno, encerra questões ainda pertinentes à luz dos acontecimentos da Sociedade de hoje. Não é por acaso que ícones como Martin Luther King, Mahatma Gandhi ou Liev Tolstoi o leram, fundamentando-se nas suas questões fracturantes para levarem a cabo os feitos que os colocaram indelevelmente na História da Humanidade.

É uma obra acessível tanto no preço como na leitura, que pode ser encontrada nas lojas sob a égide da Antígona.

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Para ouvir:

PAUS

Não, não me esqueci do caps lock ligado. O nome da banda é mesmo para ser escrito assim, embora não seja um acrónimo. Composta por Joaquim Albergaria (Vicious Five), Hélio Morais (Linda Martini), Makoto Yagyu (If Lucy Fell) e João Shela Pereira (Riding Pânico), esta banda portuguesa é das que teve mais crescimento nos últimos anos.

Donos de um som mais experimental, único, aliado a vozes em português, salpicadas pelo bater de uma bateria siamesa (única banda que conheço a usar uma destas) e pelas samples electrónicas, PAUS granjeiam cada vez mais sucesso dentro e fora de Portugal. Com dois EP – É uma Água (2010) e Estamos Juntos (2012) exclusivo para quem foi ver o concerto deles no CCB – e um álbum homónimo de 2011, a banda oferece algo inédito no mercado luso, fazendo a sua música parecer o resultado de um laboratório sonoro, meticuloso e absolutamente ímpar.

Tive (graças à Ichigo, a melhor namorada do planeta) a grande oportunidade de privar com eles no fim do concerto do CCB, em Outubro de 2012. Ao contrário de muito pseudo-artista deste país, os quatro músicos revelaram-se pessoas extremamente afáveis, bem dispostas e sempre disponíveis para dois dedos de conversa com os fãs. Autografaram-me, sem quaisquer problemas, o EP exclusivo daquele concerto, artefacto que guardo com bastante estima.

Mergulhem no mundo deles, que eles encarregar-se-ão de tornar o vosso um pouco melhor.

Para recordar:

Herman José e o Último Episódio da “Roda da Sorte” (1994)

Se eu vos disser que, em plena década de 90, um apresentador faz do último episódio do seu programa um misto de improviso e tiro ao alvo, vocês dirão certamente: “FAKE!”. Pois bem, meus caros, não é. Em 1994, o famoso concurso “Roda da Sorte” chega ao fim e, para garantir que o programa ficava gravado nas memórias e retinas dos espectadores, Herman José decide aparecer com óculos escuros, casaco de pele e uma caçadeira nas mãos. Mas não era só para a mostrar, já que o apresentador se encarregou de a usar nos electrodomésticos que estavam expostos no cenário, dando-se ao luxo até de experimentar dois tipos de munição.

Sim, como humorista Herman é de uma geração anterior, mais básica, já ultrapassada pela vaga de humoristas do início deste século. Contudo, não convém esquecer que ele, no seu tempo, fora pioneiro. Não só no humor, como também no remar contra a maré, a arte de chocar e, concomitantemente, divertir.

Para subscrever:

Petrolicious

Ok, não resisti em voltar a falar de carros. Eu sei, é grave. Prometo que vou procurar ajuda psiquiátrica mal acabe de escrever isto.

Petrolicious é um canal do norte-americano no Youtube sobre carros clássicos. Mas não é um canal qualquer. Não se limita a mostrar o carro, a debitar informação técnica de forma fria e pronto. Não. Petrolicious vai mais longe, procurando dar aos carros uma alma, uma personalidade, através da voz dos seus donos. Em cada vídeo é abordado um carro diferente e uma pessoa diferente, mas com uma paixão comum entre todos: automóveis.

A edição dos vídeos é soberba, o tratamento de som é impecável e os planos de câmara dignos dos melhores realizadores. Entramos num mundo de borracha queimada, cheiro a gasolina e pedais de embraiagem pesados. No entanto, é igualmente um mundo de paixão, dedicação e História. Caso se interessem por clássicos, não deixem de visitar o canal. Garanto-vos que não se vão arrepender.

E pronto, agora sim, o (gigante) Próximo Nível ao Domingo chega ao fim. Antes de mais nada peço desculpa a quem achar que me alonguei demasiado, tendo para minha defesa a “deserção do FoxRS” e a vontade de dar a conhecer algo que, muitas vezes, passa ao lado da maior parte das pessoas. Espero que gostem das minhas recomendações, uma vez que tentei focar-me em algo mais underground, fugindo ao comum, dado que há menos probabilidade de ser conhecido, ficando vocês com algo novo, em vez de pensarem “já vi/joguei/sei/ouvi/li”.

Muito obrigado pelo tempo que dedicaram à leitura do texto. Ahh, e não vale ir ver o “Four Rooms” só porque eu disse que tinha topless! =D

Daniel Silvestre
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